25 de Novembro
Dia
Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres
A violência sobre as mulheres é um flagelo à
escala mundial. Poucos fenómenos são tão globais como os maus tratos e abusos
sofridos por milhares de mulheres diariamente. Falamos principalmente de
violência doméstica, mas não só! O tráfico de seres humanos, a mutilação
genital, os assim designados “crimes de honra”, entre outras manifestações de
violência vitimizam principalmente o sexo feminino.
As desigualdades de género que alimentam o
preconceito e a discriminação escavam um fosso entre mulheres e homens, com
consequências nefastas para toda a humanidade. A violência doméstica é uma
questão de género, uma vez que está comprovado que na grande maioria das
situações o agressor é do sexo masculino e a vítima do sexo feminino (embora
também estejam a aumentar os casos de homens que são vítimas). Isto ocorre
porque ainda prevalece uma mentalidade machista e patriarcal na sociedade, onde
se verifica desigualdade de poder havendo um elemento que domina e outro que é
dominado.
A violência doméstica deixa lesões físicas e
psicológicas, traumas emocionais e estados incapacitantes em muitas das suas
vítimas. O expoente máximo dessa situação é o homicídio conjugal, através do
qual as mulheres sucumbem às mãos de maridos, namorados, companheiros, ou mesmo
ex., que não as deixaram seguir com a sua vida.
Por isso o laço preto, porque estamos de luto.
Luto pelas mais de 450 mulheres que foram assassinadas no nosso país, entre
2004 e 2016. Luto pelas 18 que já morreram este ano, de acordo com os dados do
Observatório de Mulheres Assassinadas da UMAR. As que sofreram tentativas de
homicídio mais que duplicam este número. Por detrás dos números estão pessoas,
histórias de vida, nomes e caras… neste Dia Internacional pela Eliminação da
Violência contra as Mulheres estamos de luto e queremos que se junte a nós na
luta por um mundo mais justo!
Rita Ferreira / UMAR Açores
Publicado no jornal Diário Insular de 25 de
Novembro de 2017