sexta-feira, 18 de setembro de 2020

Igualdade de Género

 

(fonte: https://www.delas.pt/comissao-para-a-igualdade-de-genero-faz-40-anos/atualidade/298514/)

 

Quando falamos de Igualdade de Género estamos a falar de uma questão de direitos humanos! Isto exige que, “numa sociedade, homens e mulheres gozem das mesmas oportunidades, rendimentos, direitos e obrigações em todas as áreas.” (APF – Associação para o Planeamento da Família)

 

Para uma melhor compreensão do conceito geral é fundamental percebê-lo na sua totalidade e para isso dividi-lo em dois: Igualdade e Género.

 

Igualdade é definida como “uma qualidade do que é igual ou que não apresenta diferença quantitativa”, mas a nível social a “igualdade é o principio que garante que todos os indivíduos tenham os mesmos direitos, privilégios e oportunidades.” (Dicionário Língua Portuguesa, 2019)

 

Género trata-se de um conceito geral que “abarca todas as características comuns de um determinado grupo ou classe” (ex: homem e mulher). Socialmente é uma “categoria resultante da diferenciação sociocultural (não exclusivamente biológica) entre homens e mulheres, que consoante a cultura, influencia por exemplo o papel social e estatuto de cada um no seio da comunidade onde se insere.” (Dicionário Língua Portuguesa, 2019)

 

Esta diferenciação de papéis entre géneros ainda está bastante viva na nossa sociedade e cultura e talvez o facto de estarmos inseridos num meio mais pequeno se denote com maior facilidade a sua presença e ausência.

 

Em Outubro de 2019, segundo o Instituto Europeu para a Igualdade de Género (EIGE) Portugal era um dos países que mais havia progredido na igualdade de género desde 2015, embora continue entre os piores da União Europeia (UE), encontrando-se em 16º lugar.

Esta classificação é feita através da análise do Índice de Igualdade de Género que mede o progresso da igualdade de género na UE em seis domínios: trabalho, finanças, educação, tempo, poder e saúde.

 

É nestas classificações que as portuguesas ficam sempre abaixo da média europeia em vários domínios (por exemplo: na área do poder e dinheiro).

Embora já existam resultados satisfatórios nos domínios da saúde, educação ou trabalho social, ainda estamos muito longe daquela que é a real definição de igualdade.

Neste sentido é importante capacitar a nossa sociedade desde cedo que todos podemos ser o que quisermos, pois nascemos com os mesmos direitos e deveres, logo também deveríamos ter as mesmas oportunidades e rendimentos. 

Existe um grande trabalho a ser feito, principalmente, a nível de educação e junto das camadas mais jovens, uma vez que  serão as responsáveis pelo futuro da nossa sociedade.

Se existirem crianças e jovens esclarecidos e com os conhecimentos corretos sobre o que é Igualdade de Género, decididamente existirão adultos esclarecidos e igualitários.

É importante lutar para que as mulheres deixem de receber cerca de menos 16% que os homens que exercem as mesmas funções que estas.

É importante que os números de cargos de responsabilidade, gestão, administração e outros sejam equivalentes para homens e mulheres sem a necessidade de quotas legais para que isso aconteça.

 

É fulcral refletirmos no porquê das mulheres estarem sempre mais afetas a determinadas funções (ex: tarefas domésticas e educação dos filhos) e os homens a outras (ex: mecânica e cargos de poder)?

Qual é a lei que proíbe um homem de querer ser doméstico e uma mulher de ser querer ser camionista?

Se a regra do 50-50 existe para tantas outras coisas porque parece ser tão difícil aplicá-la também nas questões de igualdade de género?

Todas estas questões e muitas outras deveriam ser colocadas com maior frequência, assim possivelmente aumentaríamos a capacidade de todos em perceberem que embora fisicamente não sejamos iguais, não é correto sermos categorizados e catalogados pelo género que nos define.

 

“Igualdade é poder e oportunidades, equilíbrio entre os géneros, valorizando as mulheres e os seus direitos”.

 

Para refletir:

Intervalo entre géneros na empregabilidade
Diferença entre niveis de empregabilidade de homens e mulheres com idades entre os 20-64 anos.

 

 

 

Raquel Costa

Psicóloga UMAR Açores/CIPA – Delegação da ilha Terceira

 

Publicado na Página IGUALDADE XXI no Jornal Diário Insular de 23 de Janeiro de 2020