quarta-feira, 4 de maio de 2011

Crescer sem Discriminar


Este é o nome do programa que está a ser desenvolvido nas Escolas Básicas e na Escola Secundária Jerónimo Emiliano Andrade, em parceria com a Equipa (Com)Sentidos – Projecto de Educação para a Saúde, desde Setembro do ano transacto.
A intervenção da UMAR Açores nas discriminações múltiplas prende-se com a transversalidade do factor “género” a todas as áreas de discriminação, tendo em conta a orientação feminista da Associação. O sexo feminino é predominantemente alvo de discriminação, que se verifica na esfera pública da vida: no acesso ao emprego ou afirmação na sociedade, assim como na esfera privada: desigualdade na partilha de tarefas domésticas e responsabilidades parentais ou mais grave ainda nas situações de violência doméstica em que as mulheres continuam a ser maioritariamente as vítimas. Esta discriminação é agravada se a pessoa pertence a uma minoria étnica, etária, sexual ou se tem algum tipo de deficiência / limitação física, sensorial, motora ou mental.
Ao longo da vida, provavelmente, já todos/as fomos alvo ou agentes de alguma forma de discriminação, ou porque somos esquerdinos/as e tantos objectos são adequados apenas a destros/as ou porque chamávamos certos/as colegas na escola primária de “caixa-de-óculos”… Isto acontece porque todos/as temos estereótipos e preconceitos, todos temos determinadas crenças, ideias preconcebidas, não sustentadas em factos, acerca de determinados grupos da sociedade em que vivemos. O importante é termos uma consciência crítica sobre os nossos estereótipos, reflectirmos sobre os nossos preconceitos, procurarmos informação e pormo-nos no lugar dos/as outros/as. Os exemplos atrás referidos são ligeiros se compararmos com as formas extremas de discriminação, como são exemplo as perseguições e massacres xenófobos ou homofóbicos. Por outro lado, as pessoas tolerantes à diferença, que convivem de perto com minorias, tornam-se muito menos discriminatórias e mais respeitadoras da diversidade, contribuindo para uma sociedade mais evoluída.
De acordo com um estudo do British Council realizado em 2008 em sete países da U.E., incluindo Portugal, sobre as situações de discriminação nas escolas, verificou-se que a roupa, o peso, a cor da pele, a deficiência ou incapacidade física dos/as alunos/as são alvo de gozo e escárnio por parte dos/as colegas. Sendo a escola um foco de mudança das sociedades é urgente intervirmos no sentido de contrariar esta tendência.

Rita Ferreira

Publicado na Página IGUALDADE XXI no Jornal Diário Insular de 3 de Maio de 2011

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