Culturalmente, a mulher foi associada ao serviço doméstico, sendo a única
responsável pela lida da casa, pelos filhos e muitas vezes, pelos familiares
com mobilidade reduzida. Posteriormente, começaram a surgir postos de trabalho
nestas áreas, como a área social, a área da saúde e a área educativa, onde a
mulher passou a ter um trabalho remunerado. O que fazia em casa, não sendo pago,
passou a fazer diariamente com a criação de empregos nas referidas áreas, em
que descontava e recebia mensalmente um salário. Trabalho idêntico ao que fazia
anteriormente como cuidadora do lar, mas sem qualquer compensação financeira.
O trabalho social, nomeadamente, assistentes sociais, psicólogos,
sociólogos, como também o trabalho educativo, como os professores e/ou
educadores de infância, ou o trabalho de prestação de cuidados, como os
enfermeiros, técnicos de lares, entre outros, são associados ao feminino. A
mulher é quem toma conta dos filhos, dos idosos, quem cuida de algo/alguém.
Este é um padrão assumido pela sociedade de muitos países ainda subdesenvolvidos.
Assim, a mulher segundo a sociedade, assume o papel de sensível, frágil,
cuidadora, sentimental, irracional, submissa, etc.
Já o homem, está culturalmente associado ao papel de chefe de família,
sustento familiar e tradicionalmente mais insensível, dominante, forte,
racional, etc. do que a mulher.
Atualmente, no século XXI, em alguns países e sociedades, são atribuídas
funções familiares a cada membro do casal heterossexual, sendo que as sociedades
estão a progredir relativamente a esta mudança, mas ainda há muita desigualdade
de género e discriminação. Tanto o homem como a mulher tem direitos, como por
exemplo, o direito a escolherem um emprego e não serem discriminados por isso, como
por exemplo, a mulher pode escolher ser comandante da Força Aérea e o homem pode
escolher a área social como profissão e ambos puderem ter a sua profissão de
sonho sem serem marginalizados pela sociedade.
Como exemplo do homem na área social, está a decorrer desde 2015 até ao
presente ano letivo (2018) o Curso de Técnico de Apoio Psicossocial com saídas
profissionais associadas ao sexo feminino, sendo que de 21 alunos existentes no
curso, apenas 3 são rapazes, o que pode ser consequência dos estereótipos de
género.
Muitos países ainda obrigam os homens a cumprirem o serviço militar e são
enviados para a guerra, sem opção de escolha. Esta é uma discriminação por
parte da sociedade, pois eventualmente, existem mulheres com o sonho de
ingressarem nesta carreira e só o sexo masculino é que é associado a este
serviço. Devia ser possível ingressarem tanto homens como mulheres de livre
vontade ao invés de homens coagidos.
O feminismo não tem que ser inimigo do homem, como muitas pessoas o
idealizam, o feminismo existe para igualar a mulher ao homem e não para
discriminar nem desvalorizar o homem.
Exemplo
de profissão associada à mulher, prestação de cuidados a idosos
Fotografia:
www.correiodeuberlandia.com.br
Exemplo de profissão associada ao homem, serviço
militar
Alexandre Silva
Formando na UMAR Açores do curso de Técnico de Apoio Psicossocial da Escola Profissional da Santa Casa da Misericórdia de Angra do Heroísmo
Publicado na Página IGUALDADE XXI no
Jornal Diário Insular de 4 de Julho de 2018
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