sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Biografia Wangari Maathai

“Quando plantamos árvores, plantamos sementes e paz e esperança”
(Wangari Maathai)

Wangari Maathai nasceu a 1 de Abril de 1940, no Quénia. Esta ambientalista e activista dos direitos humanos recebeu o Prémio Nobel da Paz em 2004, pelos seus contributos para um desenvolvimento sustentável, a democracia e a paz. Foi a primeira mulher africana a receber este prémio. A sua luta por direitos democráticos, tem incidido especialmente sobre as mulheres e a melhoria da sua situação. Foi também a primeira mulher da África Central e Oriental a prosseguir os estudos universitários até ao doutoramento.
Em África as árvores são símbolos de paz, sendo que muitas comunidades continuam uma tradição antiga: quando há um conflito, a pessoa mais velha planta uma árvore entre os dois lados em disputa, cerimónia que sinaliza o início da reconciliação entre as partes. Esta herança cultural, ecológica e pacifista inspirou Wangari Maathai a fundar, em meados dos anos 70, o “Movimento Cinturão Verde”, uma organização não governamental ecologista, centrada na promoção e protecção da biodiversidade africana, na criação de empregos (principalmente em áreas rurais) e na promoção do papel da mulher na sociedade. Wangari lutava contra a desflorestação, um grande factor de pobreza e instabilidade em África, visto que destruía grande parte da biodiversidade e reduzia a capacidade das florestas conservarem água, um recurso bastante escasso na região. Neste continente verificam-se muitos conflitos por recursos naturais parcos e degradados, que levam as pessoas a tornarem-se refugiados ecológicos, ao migrarem para países mais prósperos.
Entre 1976 e 1987, a activista fez parte do Conselho Nacional de Mulheres do Quénia, tendo sido sua presidente nos últimos 6 anos. Foi nesta altura que ela introduziu a ideia de plantar árvores entre grupos de mulheres, pois o plantio gerava emprego, comida, abrigo, combustível, melhorava o solo e ajudava a manter as reservas de água. Foram plantadas mais de 30 milhões de árvores no continente africano.
Para Wangari “quando se começa a trabalhar seriamente em temas ambientais, o objectivo passa a ser os direitos humanos, os direitos das mulheres, os direitos ambientalistas, os direitos das crianças, logo os direitos de todos”, não se tratando apenas de “plantar árvores”.
Wangari Maathai e o seu Movimento Cinturão Negro receberam diversos prémios, sendo o mais mediático o Nobel da Paz em 2004, que veio em reconhecimento da sua militância pacífica pela recuperação ambiental das florestas africanas. Para Wangari, o meio ambiente é fundamental para alcançar a paz, pois trata-se de partilhar os recursos naturais de forma equitativa para reverter a distribuição injusta de recursos que existe actualmente no mundo. Esta ecologista chegou à conclusão que cada pessoa teria de plantar pelo menos 10 árvores para neutralizar o seu impacto ecológico no planeta através da emissão de gás carbónico.
Com bastante mérito, Wangari Maathai é considerada uma das 100 heroínas do mundo.

“São os pequenos gestos das pessoas. Isso é que vai fazer a diferença. O meu pequeno gesto é plantar árvores”. (Wangari Maathai)


Publicado na Página Igualdade XXI - Diário Insular de 30 de Setembro de 2011

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