segunda-feira, 17 de junho de 2013

Os homens pais


Actualmente, os homens pais revelam alguns comportamentos e opiniões que ilustram saudáveis transformações no âmbito das responsabilidades masculinas. Contudo, muito do discurso e atitudes ainda se alicerçam no modelo patriarcal, onde alguns homens continuam a entender o seu papel de pais apenas como responsáveis pelo que é material e moral na família, esquecendo-se demasiadas vezes, da necessidade de partilhar, com as mulheres, as restantes responsabilidades com o/as filho/as.

Desta forma acabam por perpetuar o modelo tradicional, orientando o trabalho masculino para a produção e o feminino para a reprodução biológica. Na prática, nem todos reconhecem que ao longo do processo educacional do/as filho/as, a proximidade física e afectiva do pai é extremamente importante.

Observam-se contudo “paternidades” mais envolvidas afectivamente nos cuidados prestados, indicador de que muitas das relações familiares actuais têm vindo a modificar qualitativamente o significado do ser pai. Esta realidade, ainda distante do desejável, indica algumas mudanças positivas na qualidade das relações parentais, bem como na vivência de uma “nova” masculinidade, abdicando assim do modelo dominante de masculinidade e paternidade que implica prejuízos nas relações entre homens e mulheres e consequentemente entre pais e filho/as.

Por outro lado, para que se adopte uma parentalidade mais participativa, também é necessário reajustar mentalidades, responsabilizando e incentivando os pais a participarem mais activamente na prestação de cuidados aos/às filho/as, proporcionando-lhes assim experiências mais afectivas. O ser pai deve ocupar um lugar substancialmente diferente do actual nas questões relacionadas com o trabalho, a educação e a saúde.

A necessária mudança terá de passar, inevitavelmente, por um novo paradigma social, rompendo com o passado, de forma a acelerar um processo que a todo/as beneficiará enquanto sociedade. Desta forma poderemos contribuir para alcançar relações mais igualitárias entre mulheres e homens, alterando positivamente as gerações futuras.

Publicado na Página IGUALDADE XXI no Jornal Diário Insular de 15 de Junho de 2013
 

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