Actualmente, os homens pais
revelam alguns comportamentos e opiniões que ilustram saudáveis transformações
no âmbito das responsabilidades masculinas. Contudo, muito do discurso e
atitudes ainda se alicerçam no modelo patriarcal, onde alguns homens continuam
a entender o seu papel de pais apenas como responsáveis pelo que é material e
moral na família, esquecendo-se demasiadas vezes, da necessidade de partilhar,
com as mulheres, as restantes responsabilidades com o/as filho/as.
Desta forma acabam por
perpetuar o modelo tradicional, orientando o trabalho masculino para a produção
e o feminino para a reprodução biológica. Na prática, nem todos reconhecem que
ao longo do processo educacional do/as filho/as, a proximidade física e
afectiva do pai é extremamente importante.
Observam-se contudo “paternidades”
mais envolvidas afectivamente nos cuidados prestados, indicador de que muitas das
relações familiares actuais têm vindo a modificar qualitativamente o
significado do ser pai. Esta realidade, ainda distante do desejável, indica
algumas mudanças positivas na qualidade das relações parentais, bem como na
vivência de uma “nova” masculinidade, abdicando assim do modelo dominante de
masculinidade e paternidade que implica prejuízos nas relações entre homens e
mulheres e consequentemente entre pais e filho/as.
Por outro lado, para que
se adopte uma parentalidade mais participativa, também é necessário reajustar mentalidades,
responsabilizando e incentivando os pais a participarem mais activamente na
prestação de cuidados aos/às filho/as, proporcionando-lhes assim experiências
mais afectivas. O ser pai deve ocupar um lugar substancialmente diferente do
actual nas questões relacionadas com o trabalho, a educação e a saúde.
A necessária mudança terá
de passar, inevitavelmente, por um novo paradigma social, rompendo com o
passado, de forma a acelerar um processo que a todo/as beneficiará enquanto
sociedade. Desta forma poderemos contribuir para alcançar relações mais igualitárias
entre mulheres e homens, alterando positivamente as gerações futuras.
Publicado na Página IGUALDADE XXI no Jornal Diário Insular de 15 de Junho de 2013
Publicado na Página IGUALDADE XXI no Jornal Diário Insular de 15 de Junho de 2013
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