Fotografia: James Steidl
Portugal foi o
país da União Europeia onde a diferença salarial entre homens e mulheres mais
aumentou entre 2006 e 2011, contrariando a tendência comunitária, segundo um
relatório do Eurostat sobre o
desenvolvimento sustentável.
O estudo
salienta que a diferença entre a remuneração segundo o sexo tem vindo a
diminuir e caiu, no conjunto dos 27 países analisados, 1,5 pontos percentuais
entre 2006 e 2011. No entanto, o vencimento bruto por hora das mulheres ainda
estava 16,2% abaixo do dos homens no último ano analisado.
Em Portugal,
ao contrário da tendência seguida pela maioria dos países comunitários, esta
divergência acentuou-se e passou dos 8,4% que se registavam em 2006 para 12,5%
em 2011, a maior subida na UE-27.
Eslovénia e
Polónia são os países com maior proximidade entre os rendimentos de
trabalhadores e trabalhadoras (menos de 5%), enquanto no Reino Unido,
Eslováquia, República Checa, Alemanha, Áustria e Estónia a desigualdade
salarial ultrapassa os 20%.
O relatório
salienta que a segregação laboral dos géneros é um dos factores que justifica
esta disparidade: as mulheres tendem a trabalhar em sectores mais
desvalorizados e mal pagos e continuam a estar ausentes das posições executivas
e de topo.
A diferença
salarial tem impactos na vida pós-laboral, já que as mulheres auferem pensões
mais baixas (pouco mais de metade das dos homens) e enfrentam um maior risco de
pobreza na velhice.
Estes dados
não diferem muito daqueles que foram divulgados pelo Gabinete de Estratégia e
Estudos do Ministério da Economia em Março deste ano. De acordo com a
informação revelada pelo Governo, a remuneração média mensal das mulheres
correspondia a 81,5 % da dos homens, pelo que a disparidade salarial se
traduzia em 18,5 % em desfavor das mulheres.
São também as
mulheres que representam a maioria dos trabalhadores que auferem o Salário
Mínimo Nacional, 14,4 %, enquanto para os homens essa percentagem é de 7,5 %.
Publicado na Página IGUALDADE XXI no Jornal Diário Insular
de 17 de Abril de 2014.
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