segunda-feira, 21 de abril de 2014

Portugal é o país da UE em que as desigualdades salariais entre homens e mulheres mais se agravaram

Maior subida na UE-27

Fotografia: James Steidl
 
Portugal foi o país da União Europeia onde a diferença salarial entre homens e mulheres mais aumentou entre 2006 e 2011, contrariando a tendência comunitária, segundo um relatório do Eurostat sobre o desenvolvimento sustentável.

O estudo salienta que a diferença entre a remuneração segundo o sexo tem vindo a diminuir e caiu, no conjunto dos 27 países analisados, 1,5 pontos percentuais entre 2006 e 2011. No entanto, o vencimento bruto por hora das mulheres ainda estava 16,2% abaixo do dos homens no último ano analisado.

Em Portugal, ao contrário da tendência seguida pela maioria dos países comunitários, esta divergência acentuou-se e passou dos 8,4% que se registavam em 2006 para 12,5% em 2011, a maior subida na UE-27.

Eslovénia e Polónia são os países com maior proximidade entre os rendimentos de trabalhadores e trabalhadoras (menos de 5%), enquanto no Reino Unido, Eslováquia, República Checa, Alemanha, Áustria e Estónia a desigualdade salarial ultrapassa os 20%.

O relatório salienta que a segregação laboral dos géneros é um dos factores que justifica esta disparidade: as mulheres tendem a trabalhar em sectores mais desvalorizados e mal pagos e continuam a estar ausentes das posições executivas e de topo.

A diferença salarial tem impactos na vida pós-laboral, já que as mulheres auferem pensões mais baixas (pouco mais de metade das dos homens) e enfrentam um maior risco de pobreza na velhice.

Estes dados não diferem muito daqueles que foram divulgados pelo Gabinete de Estratégia e Estudos do Ministério da Economia em Março deste ano. De acordo com a informação revelada pelo Governo, a remuneração média mensal das mulheres correspondia a 81,5 % da dos homens, pelo que a disparidade salarial se traduzia em 18,5 % em desfavor das mulheres.

São também as mulheres que representam a maioria dos trabalhadores que auferem o Salário Mínimo Nacional, 14,4 %, enquanto para os homens essa percentagem é de 7,5 %.

Publicado na Página IGUALDADE XXI no Jornal Diário Insular de 17 de Abril de 2014.
 
 

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