Workshop Técnicas de Procura de Emprego
Workshop Técnicas de Procura de Emprego

Publicado no Jornal Diário Insular - IGUALDADE XXI - de 27 de Abril de 2010
Workshop Técnicas de Procura de Emprego
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Cartaz soviético de 1932. Lê-se na parte superior: "8 de Março é o dia da rebelião das mulheres trabalhadoras contra a escravidão da cozinha." Na parte inferior lê-se: "Diga NÃO à opressão e ao conformismo do trabalho doméstico!" (in. http://pt.wikipedia.org/wiki/Dia_internacional_da_mulher)
A Revolução Russa de 1917 iniciou-se no Dia Internacional da Mulher, 8 de Março.
Antes da Revolução, o maior país do planeta, governado por uma monarquia absoluta, vivia tempos de avassaladora pobreza e exploração proletária. As greves foram-se multiplicando, tornando-se mesmo comuns, assim como os confrontos com as forças de segurança pública. Mas foi a 8 de Março de 1917 que o inesperado aconteceu. Reza a história, que as operárias de uma fábrica têxtil, situada em Petrogrado, hoje São Petersburgo, saíram às ruas manifestando-se contra a fome, contra o regime absolutista, contra a participação na 1ª guerra mundial, entre outros tantos protestos, quando a polícia não as deteu. Uma das marchantes recordara a um oficial que elas eram as mães, as filhas, as irmãs, dos soldados que estavam na fronte, ou seja, que pertenciam todos/as à mesma família. Este foi o começo da Revolução Russa que culminou, em 1922, com a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS).
Na Ucrânia, assim como nos restantes países da antiga URSS, o dia 8 de Março é feriado nacional; “é um dia para estar e agradecer às mulheres oferecendo-lhes flores” elucida Zoya, nome fictício da entrevistada do destaque do mês, de origem Ucraniana. Recentemente celebra-se nesta data, também, o dia da Mãe.
Zoya recorda-se, com alguma nostalgia, dos anos 80, antes do separatismo da União Soviética, avaliando a vida como “perfeita”. Comenta que “antes de 1992 a classe média era dominante, não havia ricos nem pobres; vivia-se em igualdade, (…), tínhamos oportunidade de estudar bem, trabalhar, comprar casa e carro”. Após independência, a Ucrânia confrontou-se com inúmeros problemas políticos e económicos que afectaram toda a população.
Por esta data, Zoya, recém-licenciada e mãe solteira, de pronto arranjou trabalho na sua área de especialização, inclusive, posteriormente, para fazer face às despesas vitais, alimentação e educação da filha, foi forçada a arranjar outro trabalho. Contudo o seu rendimento mensal, 60 euros, não era suficiente para fazer face ao cenário de hiper-inflação que se apoderara do país.
Sem futuro à vista, em 2001, decidiu emigrar para Portugal, o único país da União Europeia, que até então, mantinha fronteiras abertas, deixando, assim, a filha ao cuidado dos avós.
Presentemente, “os/as meus/minhas colegas do tempo de escola vivem quase todos/as em casa dos pais, (…), uma casa, geralmente, alberga, 3 gerações, avós, pais, filhos/as, podendo ainda chegar aos/às bisnetos/as, (…), é muito complicado, por isso muitas pessoas começaram a emigrar à procura de um futuro melhor ou para darem dinheiro aos seus familiares que ficaram na Ucrânia”, ressalva a entrevistada.
Através de uma rede ilegal de imigração, cujo objectivo era angariar mão-de-obra fraudulenta, Zoya, receando pela sua integridade quer física quer psíquica, introduziu-se no duvidoso mercado de trabalho como forma de poder legalizar a sua precária situação. De contabilista a operária numa fábrica de peixe, situada a norte de Portugal, trabalhava 6 dias por semana, 15 horas por dia. Cerca de uma centena de mulheres, e apenas mulheres, laboravam arduamente nesta fábrica de pequena dimensão, sendo ela a única e primeira imigrante. Lembra-se vivamente do primeiro sábado em que recebeu o equivalente aos seus 2 salários na Ucrânia, 60 euros, exclamando “nem acreditei, uma vez que não pagava casa, nem água, nem luz”. Hospedada com outras tantas operárias, por conta do patrão, recorda emocionada a camaradagem destes tempos de outrora, “talvez por ser a única imigrante protegiam-me e defendiam-me muito”, considera, acrescentando que “as outras imigrantes que chegaram depois não foram tão bem acolhidas como eu, (…), foram mais exploradas, sujeitas a trabalhos mais pesados”.
A sua primeira prioridade, como imigrante, consistia em legalizar a sua situação, portanto, sujeitou-se a 6 meses de trabalho na empresa anteriormente referida. De seguida ambicionava aprender a língua para depois procurar um trabalho melhor e, então, trazer a filha para Portugal. Um a um todos estes sonhos foram concretizados, também, não abdicou da aspiração de trabalhar na sua área de formação e apesar das equivalências não lhe terem sido atribuídas, voltou a estudar, tirando um curso técnico profissional de contabilidade geral e outro de informática aplicada à gestão.
“Aprender é a nossa forma de estar na vida, (…), o saber não pesa e melhora a qualidade de vida” defende Zoya, acrescentando que os/as ucranianos/as são, geralmente, trabalhadores/as altamente qualificados/as a nível educacional e profissional podendo aportar muito para o desenvolvimento do país de acolhimento. A curiosidade e a enorme vontade de aprender são traços comuns ao seu povo, quiçá, porque são fruto de uma educação que se baseia no dito proclamado por Lenine “estudar, estudar e mais uma vez estudar”.
Em 2004/5, Zoya, enamorou-se, desejou constituir família e mudou-se para os Açores, ilha Terceira, a pedido do companheiro de nacionalidade portuguesa.
Convencida que tinha reunido os requisitos necessários para trabalhar na sua área, e já apta ao nível do português, começou à procura de trabalho activamente; embora a sua área de residência fosse isolada e os transportes públicos escassos. Porém confrontou-se com uma realidade laboral em que a procura era muita e a oferta pouca.
Em 2006 separou-se do companheiro. Salienta que, durante este período o apoio da Segurança Social, assim como de várias IPSS e ONGs, foram fulcrais para a recuperação do seu bem-estar psicossocial.
Pelas trilhas da discriminação, Zoya, refere que, actualmente, a principal luta dos/as imigrantes reporta-se para o desconto nas passagens para o continente beneficiado pelos/as residentes das ilhas, declarando que “não é justo, trabalharmos, fazermos os nossos descontos e não termos os mesmos direitos que os/as outros/as cidadãos/ãs”, sendo que, um imigrante residente na Região Autónoma dos Açores tem o valor acrescido de quase 200 euros por viagem de ida e volta à capital.
No que concerne à integração dos/as imigrantes, a entrevistada, opina que ambos, quer país de acolhimento quer população imigrante, têm a sua quota-parte de responsabilidades neste processo. Sendo que, o/a imigrante deve estar disposto/a a aprender a nova língua, a trabalhar em serviços que não correspondem às suas qualificações, a resistir perante as adversidades, a ser empreendedor, a contribuir para o desenvolvimento do pais de acolhimento, a dar-se a conhecer assim como à sua cultura, para que possa melhorar a sua vida assim como da comunidade que o cerca. Relativamente à comunidade de acolhimento, neste caso a ilha Terceira, Zoya apela que “eliminem as barreiras (…) que compreendam que nós queremos estar aqui, queremos nos integrar e que temos muito para dar; assim como os vossos familiares noutros tempos emigraram para as Américas ou para o Canada, simplesmente à procura de um futuro”.
Raquel Félix Fontes
Publicado no Jornal Diário Insular - IGUALDADE XXI - de 24 de Março de 2010
A delegação da ilha Terceira da Associação para a Igualdade e Direitos das Mulheres (UMAR) e o Centro de Informação, Promoção e Acompanhamento de Políticas de Igualdade (CIPA) pretende organizar uma feira que irá reunir instituições de diferentes áreas sociais, nomeadamente deficiência, minorias sexuais, étnicas e culturais.
Sensibilizar para o combate da discriminação é o objectivo dessa proposta de acção comunitária a realizar provavelmente no mês de Maio.
As acções serão muitas e diversas, todas com o propósito de fomentar o convívio entre a população de maior vulnerabilidade social e a sociedade civil – venda de artesanato, projecção de vídeos temáticos, debates e prática desportiva em cadeira de rodas são algumas das actividades propostas a desenvolver no âmbito da Feira “Viva à Diversidade”.
Organizado pela delegação da ilha Terceira da Associação para a Igualdade e Direitos das Mulheres (UMAR) e o Centro de Informação, Promoção e Acompanhamento de Políticas de Igualdade (CIPA), com o apoio da Secretaria Regional do Trabalho e Solidariedade Social através da Direcção Regional da Igualdade de Oportunidades e autarquia de Angra do Heroísmo, o evento irá ter como parceiros organismos locais de intervenção em áreas sociais como deficiência, orientação sexual, etnia/idade, género e imigração.
Está prevista ainda a realização de uma mostra gastronómica com demonstração de confecção de pratos típicos de países estrangeiros – Índia, Bangladesh, Brasil, Cabo Verde, Guiné e Ucrânia serão as nacionalidades representadas nessa iniciativa que terá lugar no recinto da Feira Agrícola, na Vinha Brava, em Angra do Heroísmo, provavelmente na segunda quinzena do próximo mês de Maio.
“É uma realidade que existe na nossa sociedade e temos que viver e trabalhar com ela, tendo em conta que existem pessoas com essas problemáticas, desde comunidade imigrante a portadores de deficiência”, defendem os técnicos responsáveis pelo projecto em declarações ao nosso jornal.
“Pretendemos ter um stand informativo para cada área de modo a que cada uma das associações representadas possam expor o trabalho que têm vindo a desenvolver”, acrescentam.
Considerando de máxima importância a participação da sociedade civil no acontecimento festivo, os técnicos destacam também a simulação de um espaço de ‘snoezelen’ para “promover experiências sensoriais agradáveis que permitam aos cidadãos estabelecer um laço afectivo/relacional positivo com os grupos e as temáticas em questão”.
“A ideia é interagir com a sociedade civil e sensibilizar as pessoas”, reforçam.
O programa integra animação musical com actuações de grupos locais e estrangeiros, actuação de um bailinho de Carnaval e ainda de um grupo de expressão corporal.
Abordar realidades através do teatro
Entretanto, a delegação da ilha Terceira da Associação para a Igualdade e Direitos das Mulheres (UMAR) e o Centro de Informação, Promoção e Acompanhamento de Políticas de Igualdade (CIPA) promove uma intervenção social e cultural através do teatro no âmbito do plano de actividades 2010.
A peça de teatro intitulada “Medo de Mim…Pavor dos Outros”, organizada em parceria com a Associação Cultural Burra de Milho e Grupo de Teatro Orpheu 2ª Geração, da Escola Secundária Jerónimo Emiliano de Andrade, aborda questões relativas à desigualdade de género e violência sobre as mulheres.
“Sensibilizar os jovens e o público em geral para uma questão que começa a ser bastante falada, estudada e batida – a violência doméstica. Há que alertar para este fenómeno crescente – pelo menos na parte da denúncia”, segundo descreve o objectivo geral do trabalho previsto a estrear no dia 8 de Maio na Sociedade Recreativa das Quatro Ribeiras.
“Há uma preocupação para referir a violência no namoro que atinge a faixa etária da adolescência – em vez de haver uma construção de afectos verificamos a edificação de uma espiral de violência e subordinação de um Eu face a um Outro prepotente e dominador”, continua.
Para além da freguesia das Quatro Ribeiras, a peça de teatro “Medo de Mim…Pavor dos Outros” terá apresentação nos dias 21, 22, 28 e 29 de Maio, na Carmina Galeria (Feteira), Sociedade Recreativa Sebastianense, Teatro Angrense e Sociedade Filarmónica das Doze Ribeiras, respectivamente. No dia 5 de Junho a mesma peça subirá ao palco da Sociedade Progresso Lajense (Sociedade Nova).
Contando com a interpretação de duas dezenas de jovens estudantes, o projecto tem a assinatura de Teresa Valadão (guião); Rodrigo Rodrigues (coreografia); Raquel Bilro (assistente de cena); André Pires (multimédia); Tiago Fraga (sonoplastia); Fernando Alves (luminotecnia); e Grupo (guarda-roupa e cenografia).
Sónia Bettencourt
Fonte: http://www.auniao.com/noticias/ver.php?id=19352
Actuação de Melissa Ficher e Paulo Machado
Senhoras e senhores da UMAR,
Está a chegar à altura do nos despedirmos de vocês. Esta carta quer dizer que estamos todos com pena porque não sabemos se nos vamos ver outra vez.
Todos nós gostámos muito de aprender as coisas sobre a Educação Afectivo-sexual. Queremos agradecer-vos pelas aulas que tivemos durante estas quatro semanas.
Gostámos que tenham vindo à nossa escola, de terem falado de como nasce um bebé, de quem podia fazer as tarefas da casa e dos sentimentos que nós podíamos ter. Aprendemos que toda a gente tem de partilhar as funções para a casa ficar mais arrumada. Assim é muito melhor.
Foram todos muito simpáticos e explicaram tudo muito bem. Gostamos muito de ver as vossas apresentações. Também gostámos dos jogos que fizemos, como por exemplo o dos sentimentos e o da internet. Foi muito divertido. Gostamos da vossa companhia (e da família Gomes!) Adorámos!
Aprendemos muitas coisas novas e já não temos tantas dúvidas como tínhamos.
Obrigado por terem vindo à escola do Porto Judeu. A Turma 5 adorou que tenham vindo.
Esperamos vê-los em breve! Ah, não se esqueçam de visitar o nosso blogue http://www.amiguinhosdaescola.blogspot.com/ .
Obrigado e até sempre.
EB1/J.I. Porto Judeu, 3 de Fevereiro de 2010
A Delegada da turma, Maria Azevedo.
Publicado no Jornal Diário Insular - IGUALDADE XXI - de 27 de Fevereiro de 2010