O que nós mais desejamos na vida é sermos
felizes e vivermos em paz, e isso foi coisa que até aos meus 16 anos de idade
raramente senti. Outra coisa que me faltou foi o amor e o carinho que os meus
pais me deviam ter dado mais na minha infância.
Eu vivi esses 16 anos com medo, sufoco, sem
saber o que esperar quando chegasse a casa vinda da escola, mas quando o meu
pai saia de casa eu já sabia que quando voltasse ia haver outra vez brigas e
que voltaria a bater na minha mãe, a destruir coisas. Magoava-me tanto ver a
minha mãe a sofrer e a ser agredida e eu sem poder fazer nada.
Eu sei que não era eu que levava tareia, mas
eu sofri muito e todos os filhos também sofrem com esta situação.
Mas o problema era que a minha mãe tinha medo
de sair de casa, de como é que iríamos sobreviver e onde, se o meu pai viria
atrás de nós, etc.… Mas eu não queria saber disso, eu só queria era acabar com
aquela vida, pois na altura o meu maior sonho era fazer 18 anos e sair daquela
casa para fora.
Até ao dia em que a minha mãe teve muita
coragem e força para fazer o que há muito tempo já devia ter feito: sair de
casa.
Claro que foi muito difícil e triste, mas
foi a melhor coisa que ela fez na sua vida. Apesar do medo das dificuldades
conseguimos arrendar uma casa e refazer a nossa vida.
O meu pai já está um novo homem e nós umas
novas pessoas.
Por mais difícil que aparente ser olhar para
o futuro e pensar que será difícil conseguir atingir a sua felicidade e paz,
nunca desista, pois há muitas pessoas que a ajudam a si e aos seus filhos a
alcançar a VITÓRIA!
Não sofra e não deixe os seus filhos sofrer!
Lute! Pois quem não arrisca, não triunfa!
Filha
de utente da UMAR Açores
Publicado na página
IGUALDADE XXI no Jornal Diário Insular de 9 de Outubro de 2014
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