sexta-feira, 27 de setembro de 2019

Que o meu desabafo sirva de alerta à violência doméstica…

Testemunho
 
 
Quando já convencida que tinha um casamento de mentira e que nesse casamento de 42 anos me sentia mais só do que se tivesse muita gente à volta, entre muita humilhação e dor, num momento de tanta dor e revolta, sem pensar resolvi-me e decidi: “Não quero mais esta vida, porque não estou só sofrendo, eu estou ficando com medo de estar aqui”.
 
Não sei onde encontrei coragem, mas a verdade é que levantei a cabeça e disse: “vou embora”… Entre lágrimas e soluços lancei um olhar de adeus a 42 anos da minha vida, ao sítio onde criei as minhas filhas… e fechei o portão da minha casa, deixando atrás todo o meu vazio.
 
Entre muito apoio da UMAR e Serviços Sociais cá estou eu… abro a porta sem medo de ser humilhada, durmo sem o pesadelo de estar sendo agredida e até consigo sorrir na companhia das minhas duas filhas que puseram de parte a sua privacidade me abrindo as suas portas e dizendo: “Mãe, não estás só!”
 
Resumindo: nunca é tarde para dizer “Não! À violência doméstica”.
 
Utente da UMAR Açores
 
Publicado na Página IGUALDADE XXI no Jornal Diário Insular de 19 de Dezembro de 2018
 

Sem comentários:

Enviar um comentário