17 de maio Dia Internacional Contra a Homofobia, Transfobia e Bifobia
O dia 17 de maio é o Dia Internacional Contra a
Homofobia, Transfobia e Bifobia. Ao assinalar
este dia pretende-se estimular uma reflexão, individual ou coletiva, mais
profunda sobre a necessidade e
importância da existência deste dia. É essencial pensar e repensar sobre o preconceito, a discriminação e a
violência de que a comunidade Lésbica, Gay, Bissexual, Transgénero e Intersexo
(LGBTI) sente diariamente no meio onde está inserida.
Basta fazer uma pesquisa
para perceber a razão e imaginar o impacto que foi desclassificar a
homossexualidade como um distúrbio
mental e consequentemente o impacto que teve na liberdade de expressão desta
comunidade, privilegiando as gerações
futuras.
Muitas batalhas foram e serão travadas pelos direitos
da comunidade LGBTI. Cada vitória é
mais um passo numa direção construtiva e indispensável para uma sociedade dita evoluída. No entanto, o estigma continua.
Ainda vivemos rodeados de preconceitos que levam à discriminação e à violência, seja esta mais ou menos
silenciosa. Sim, as minorias sofrem com o
silêncio social.
Acredito que é possível o respeito à pluralidade, que será conseguido através de movimentos de sensibilização e educação,
privilegiando a prevenção. A prevenção passa pela compreensão do que é ser LGBTI, contribuindo para uma aceitação
social. A prevenção passa pela
transmissão de conceitos como identidade de género, expressão do género e
orientação sexual, indo para além do
sexo biológico. A prevenção passa pela desconstrução de rótulos incutidos
e baseados numa incompreensão social provocada muitas vezes pelo medo. A prevenção
passa pela criação de espaços que dão apoio psicológico e proteção à comunidade LGBTI, assim como ao seu seio familiar. A
prevenção passa pela colaboração do governo local com associações associadas a causas das minorias sociais. A
prevenção passa por criar medidas que
permitam uma maior visibilidade LGBTI. A prevenção passa por condenar com a
devida justiça crimes contra a comunidade LGBTI, infelizmente frequentes. Injustiças estas fomentadas pelo ódio que acabam muitas
vezes em tragédias. A prevenção passa por
não se tolerar a discriminação e a violência contra a
comunidade LGBTI. A prevenção passa por uma educação que contribua para uma sociedade
mais compreensível nas diferenças individuais. Se colocarmos de parte
comportamentos formatados, como por exemplo o azul ser a cor do menino e o rosa ser a cor da menina, a
evolução individual que nos torna autênticos eleva-se e torna toda a nossa
existência mais interessante
e humanista.
No combate à Homofobia, Transfobia e Bifobia, é
importante encorajar os agentes de mudança
nesta sociedade e reforçar positivamente quem contribui de modo construtivo
para esta causa. Por exemplo, aqui
mesmo ao lado, na ilha do Sol, já há quem não tem medo de hastear
a bandeira do arco-íris em nome do município e nestas lideranças alimenta-se a esperança de um amanhã melhor. Também
são exemplos, quem no seu dia à dia se recusa
aceitar uma discriminação direta, quer seja em forma de um olhar, postura ou mesmo
verbalização agressiva. Quem sofre ou sofreu diretamente de qualquer tipo
de discriminação sabe o quão difícil é afirmar-se numa sociedade que se
julga no direito de julgar o outro. No entanto,
não invalida que a pessoa não descriminada não empatize com o sofrimento que a comunidade LGBTI é alvo.
Podia também divagar o facto de vivermos numa ilha, cuja influência cultural e o sentido de insularidade é vincado, mas na verdade este assunto vai muito para além da ilha. Trata-se de despirmos-nos das camadas sociais que fomos adquirindo e darmos espaço a sentimentos de respeito e amor ao próximo. Por isso e porque esta pequena reflexão humilde é apenas uma agulha num palheiro, fica a esperança de contribuir para uma maior consciencialização social, levando à reflexão, incentivando o sentido crítico. Todo o trabalho feito neste sentido é importante e significativo em prol de um futuro melhor para todos os seres.