quinta-feira, 25 de março de 2010

Workshop Técnicas de Procura de Emprego

No âmbito do Programa de Ajuda na Procura de Emprego / Consciencialização de Competências desenvolvido pela UMAR Açores - Delegação da Ilha Terceira a Técnica Carla Garcia leccionou no passado dia 24 de Março um Workshop de Técnicas de Procura de Emprego. Participaram na iniciativa 11 formando/as com idades compreendidas entre os 22 e os 52 anos que aproveitaram para conhecer e aprofundar a utilização correcta dos diferentes instrumentos de procura activa de emprego.



Workshop Técnicas de Procura de Emprego


Workshop Técnicas de Procura de Emprego




Publicado no Jornal Diário Insular - IGUALDADE XXI - de 27 de Abril de 2010

quarta-feira, 24 de março de 2010

Destaque do Mês de Março de 2010

Destaque do Mês Zoya (nome fictício)

Cartaz soviético de 1932. Lê-se na parte superior: "8 de Março é o dia da rebelião das mulheres trabalhadoras contra a escravidão da cozinha." Na parte inferior lê-se: "Diga NÃO à opressão e ao conformismo do trabalho doméstico!" (in. http://pt.wikipedia.org/wiki/Dia_internacional_da_mulher)


A Revolução Russa de 1917 iniciou-se no Dia Internacional da Mulher, 8 de Março.
Antes da Revolução, o maior país do planeta, governado por uma monarquia absoluta, vivia tempos de avassaladora pobreza e exploração proletária. As greves foram-se multiplicando, tornando-se mesmo comuns, assim como os confrontos com as forças de segurança pública. Mas foi a 8 de Março de 1917 que o inesperado aconteceu. Reza a história, que as operárias de uma fábrica têxtil, situada em Petrogrado, hoje São Petersburgo, saíram às ruas manifestando-se contra a fome, contra o regime absolutista, contra a participação na 1ª guerra mundial, entre outros tantos protestos, quando a polícia não as deteu. Uma das marchantes recordara a um oficial que elas eram as mães, as filhas, as irmãs, dos soldados que estavam na fronte, ou seja, que pertenciam todos/as à mesma família. Este foi o começo da Revolução Russa que culminou, em 1922, com a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS).
Na Ucrânia, assim como nos restantes países da antiga URSS, o dia 8 de Março é feriado nacional; “é um dia para estar e agradecer às mulheres oferecendo-lhes flores” elucida Zoya, nome fictício da entrevistada do destaque do mês, de origem Ucraniana. Recentemente celebra-se nesta data, também, o dia da Mãe.
Zoya recorda-se, com alguma nostalgia, dos anos 80, antes do separatismo da União Soviética, avaliando a vida como “perfeita”. Comenta que “antes de 1992 a classe média era dominante, não havia ricos nem pobres; vivia-se em igualdade, (…), tínhamos oportunidade de estudar bem, trabalhar, comprar casa e carro”. Após independência, a Ucrânia confrontou-se com inúmeros problemas políticos e económicos que afectaram toda a população.
Por esta data, Zoya, recém-licenciada e mãe solteira, de pronto arranjou trabalho na sua área de especialização, inclusive, posteriormente, para fazer face às despesas vitais, alimentação e educação da filha, foi forçada a arranjar outro trabalho. Contudo o seu rendimento mensal, 60 euros, não era suficiente para fazer face ao cenário de hiper-inflação que se apoderara do país.
Sem futuro à vista, em 2001, decidiu emigrar para Portugal, o único país da União Europeia, que até então, mantinha fronteiras abertas, deixando, assim, a filha ao cuidado dos avós.
Presentemente, “os/as meus/minhas colegas do tempo de escola vivem quase todos/as em casa dos pais, (…), uma casa, geralmente, alberga, 3 gerações, avós, pais, filhos/as, podendo ainda chegar aos/às bisnetos/as, (…), é muito complicado, por isso muitas pessoas começaram a emigrar à procura de um futuro melhor ou para darem dinheiro aos seus familiares que ficaram na Ucrânia”, ressalva a entrevistada.
Através de uma rede ilegal de imigração, cujo objectivo era angariar mão-de-obra fraudulenta, Zoya, receando pela sua integridade quer física quer psíquica, introduziu-se no duvidoso mercado de trabalho como forma de poder legalizar a sua precária situação. De contabilista a operária numa fábrica de peixe, situada a norte de Portugal, trabalhava 6 dias por semana, 15 horas por dia. Cerca de uma centena de mulheres, e apenas mulheres, laboravam arduamente nesta fábrica de pequena dimensão, sendo ela a única e primeira imigrante. Lembra-se vivamente do primeiro sábado em que recebeu o equivalente aos seus 2 salários na Ucrânia, 60 euros, exclamando “nem acreditei, uma vez que não pagava casa, nem água, nem luz”. Hospedada com outras tantas operárias, por conta do patrão, recorda emocionada a camaradagem destes tempos de outrora, “talvez por ser a única imigrante protegiam-me e defendiam-me muito”, considera, acrescentando que “as outras imigrantes que chegaram depois não foram tão bem acolhidas como eu, (…), foram mais exploradas, sujeitas a trabalhos mais pesados”.
A sua primeira prioridade, como imigrante, consistia em legalizar a sua situação, portanto, sujeitou-se a 6 meses de trabalho na empresa anteriormente referida. De seguida ambicionava aprender a língua para depois procurar um trabalho melhor e, então, trazer a filha para Portugal. Um a um todos estes sonhos foram concretizados, também, não abdicou da aspiração de trabalhar na sua área de formação e apesar das equivalências não lhe terem sido atribuídas, voltou a estudar, tirando um curso técnico profissional de contabilidade geral e outro de informática aplicada à gestão.
“Aprender é a nossa forma de estar na vida, (…), o saber não pesa e melhora a qualidade de vida” defende Zoya, acrescentando que os/as ucranianos/as são, geralmente, trabalhadores/as altamente qualificados/as a nível educacional e profissional podendo aportar muito para o desenvolvimento do país de acolhimento. A curiosidade e a enorme vontade de aprender são traços comuns ao seu povo, quiçá, porque são fruto de uma educação que se baseia no dito proclamado por Lenine “estudar, estudar e mais uma vez estudar”.
Em 2004/5, Zoya, enamorou-se, desejou constituir família e mudou-se para os Açores, ilha Terceira, a pedido do companheiro de nacionalidade portuguesa.
Convencida que tinha reunido os requisitos necessários para trabalhar na sua área, e já apta ao nível do português, começou à procura de trabalho activamente; embora a sua área de residência fosse isolada e os transportes públicos escassos. Porém confrontou-se com uma realidade laboral em que a procura era muita e a oferta pouca.
Em 2006 separou-se do companheiro. Salienta que, durante este período o apoio da Segurança Social, assim como de várias IPSS e ONGs, foram fulcrais para a recuperação do seu bem-estar psicossocial.
Pelas trilhas da discriminação, Zoya, refere que, actualmente, a principal luta dos/as imigrantes reporta-se para o desconto nas passagens para o continente beneficiado pelos/as residentes das ilhas, declarando que “não é justo, trabalharmos, fazermos os nossos descontos e não termos os mesmos direitos que os/as outros/as cidadãos/ãs”, sendo que, um imigrante residente na Região Autónoma dos Açores tem o valor acrescido de quase 200 euros por viagem de ida e volta à capital.
No que concerne à integração dos/as imigrantes, a entrevistada, opina que ambos, quer país de acolhimento quer população imigrante, têm a sua quota-parte de responsabilidades neste processo. Sendo que, o/a imigrante deve estar disposto/a a aprender a nova língua, a trabalhar em serviços que não correspondem às suas qualificações, a resistir perante as adversidades, a ser empreendedor, a contribuir para o desenvolvimento do pais de acolhimento, a dar-se a conhecer assim como à sua cultura, para que possa melhorar a sua vida assim como da comunidade que o cerca. Relativamente à comunidade de acolhimento, neste caso a ilha Terceira, Zoya apela que “eliminem as barreiras (…) que compreendam que nós queremos estar aqui, queremos nos integrar e que temos muito para dar; assim como os vossos familiares noutros tempos emigraram para as Américas ou para o Canada, simplesmente à procura de um futuro”.

Raquel Félix Fontes

Publicado no Jornal Diário Insular - IGUALDADE XXI - de 24 de Março de 2010

Mulheres em Marcha até que todas sejamos livres

MMM em Ponta Delgada

A Marcha Mundial das Mulheres é uma rede feminista internacional nascida em 1998, presente hoje em mais de 160 países dos cinco continentes, envolvendo milhares de grupos e organizações. É um vasto movimento de mulheres com diversas origens, experiências e culturas políticas, mas com o objectivo comum de superar a injusta (des)ordem internacional que provoca pobreza e violência e construir um outro mundo baseado nos valores da Igualdade, Liberdade, Solidariedade, Justiça e Paz. Em 2000, entre 8 de Março e 17 de Outubro, mais de 6.000 grupos de mulheres de 161 países e territórios organizaram-se e marcharam em torno da violência e da pobreza e entregaram na ONU 5 milhões de assinaturas. Foi a 1ª Acção Global da Marcha Mundial das Mulheres. De novo em 2005, com a Carta Mundial das Mulheres para a Humanidade, apelaram à mobilização de toda a sociedade em torno dos valores da Igualdade, Liberdade, Solidariedade, Justiça e Paz.
Em 2010 a Marcha organiza a sua Terceira Acção Internacional, em torno de quatro grandes campos: Paz e Desmilitarização, Bem comum e Serviços Públicos, Autonomia Económica das Mulheres e Violência de Género. Nos Açores várias organizações aderiram à Marcha, entre elas a UMAR-Açores, que faz parte da Coordenadora Portuguesa. A 13 de Março saímos à rua, em Ponta Delgada, pela Paz e Desmilitarização, sob o lema “Nem Guerra que nos mate, nem Paz que nos oprima!”. No Faial foi distribuída informação no mercado municipal sobre violência doméstica. Durante este ano, outros momentos de acção decorrerão, esperamos que com uma adesão cada vez maior. Para mais informação sobre a Marcha consulte http://www.mmm2010.info/ ou http://www.marchamundialdasmulheres.blogspot.com/.

Judite Fernandes

Publicado no Jornal Diário Insular - IGUALDADE XXI - de 24 de Março de 2010

segunda-feira, 22 de março de 2010

Igualdade XXI com nova imagem

Clique na imagem para a ampliar

Para assinalar um ano desde a primeira publicação da nossa Página IGUALDADE XXI no Jornal Diário Insular, vamos estrear a nossa nova imagem na publicação de Março. O trabalho é da autoria do/as aluno/as de Multimédia da Escola Profissional da Praia da Vitória. O nosso muito obrigado pela colaboração.

domingo, 21 de março de 2010

Feira reúne organismos sociais para combater discriminação

INICIATIVA DA UMAR/ CIPA


A delegação da ilha Terceira da Associação para a Igualdade e Direitos das Mulheres (UMAR) e o Centro de Informação, Promoção e Acompanhamento de Políticas de Igualdade (CIPA) pretende organizar uma feira que irá reunir instituições de diferentes áreas sociais, nomeadamente deficiência, minorias sexuais, étnicas e culturais.
Sensibilizar para o combate da discriminação é o objectivo dessa proposta de acção comunitária a realizar provavelmente no mês de Maio.
As acções serão muitas e diversas, todas com o propósito de fomentar o convívio entre a população de maior vulnerabilidade social e a sociedade civil – venda de artesanato, projecção de vídeos temáticos, debates e prática desportiva em cadeira de rodas são algumas das actividades propostas a desenvolver no âmbito da Feira “Viva à Diversidade”.
Organizado pela delegação da ilha Terceira da Associação para a Igualdade e Direitos das Mulheres (UMAR) e o Centro de Informação, Promoção e Acompanhamento de Políticas de Igualdade (CIPA), com o apoio da Secretaria Regional do Trabalho e Solidariedade Social através da Direcção Regional da Igualdade de Oportunidades e autarquia de Angra do Heroísmo, o evento irá ter como parceiros organismos locais de intervenção em áreas sociais como deficiência, orientação sexual, etnia/idade, género e imigração.
Está prevista ainda a realização de uma mostra gastronómica com demonstração de confecção de pratos típicos de países estrangeiros – Índia, Bangladesh, Brasil, Cabo Verde, Guiné e Ucrânia serão as nacionalidades representadas nessa iniciativa que terá lugar no recinto da Feira Agrícola, na Vinha Brava, em Angra do Heroísmo, provavelmente na segunda quinzena do próximo mês de Maio.
“É uma realidade que existe na nossa sociedade e temos que viver e trabalhar com ela, tendo em conta que existem pessoas com essas problemáticas, desde comunidade imigrante a portadores de deficiência”, defendem os técnicos responsáveis pelo projecto em declarações ao nosso jornal.
“Pretendemos ter um stand informativo para cada área de modo a que cada uma das associações representadas possam expor o trabalho que têm vindo a desenvolver”, acrescentam.
Considerando de máxima importância a participação da sociedade civil no acontecimento festivo, os técnicos destacam também a simulação de um espaço de ‘snoezelen’ para “promover experiências sensoriais agradáveis que permitam aos cidadãos estabelecer um laço afectivo/relacional positivo com os grupos e as temáticas em questão”.
“A ideia é interagir com a sociedade civil e sensibilizar as pessoas”, reforçam.
O programa integra animação musical com actuações de grupos locais e estrangeiros, actuação de um bailinho de Carnaval e ainda de um grupo de expressão corporal.

Abordar realidades através do teatro

Entretanto, a delegação da ilha Terceira da Associação para a Igualdade e Direitos das Mulheres (UMAR) e o Centro de Informação, Promoção e Acompanhamento de Políticas de Igualdade (CIPA) promove uma intervenção social e cultural através do teatro no âmbito do plano de actividades 2010.
A peça de teatro intitulada “Medo de Mim…Pavor dos Outros”, organizada em parceria com a Associação Cultural Burra de Milho e Grupo de Teatro Orpheu 2ª Geração, da Escola Secundária Jerónimo Emiliano de Andrade, aborda questões relativas à desigualdade de género e violência sobre as mulheres.
“Sensibilizar os jovens e o público em geral para uma questão que começa a ser bastante falada, estudada e batida – a violência doméstica. Há que alertar para este fenómeno crescente – pelo menos na parte da denúncia”, segundo descreve o objectivo geral do trabalho previsto a estrear no dia 8 de Maio na Sociedade Recreativa das Quatro Ribeiras.
“Há uma preocupação para referir a violência no namoro que atinge a faixa etária da adolescência – em vez de haver uma construção de afectos verificamos a edificação de uma espiral de violência e subordinação de um Eu face a um Outro prepotente e dominador”, continua.
Para além da freguesia das Quatro Ribeiras, a peça de teatro “Medo de Mim…Pavor dos Outros” terá apresentação nos dias 21, 22, 28 e 29 de Maio, na Carmina Galeria (Feteira), Sociedade Recreativa Sebastianense, Teatro Angrense e Sociedade Filarmónica das Doze Ribeiras, respectivamente. No dia 5 de Junho a mesma peça subirá ao palco da Sociedade Progresso Lajense (Sociedade Nova).
Contando com a interpretação de duas dezenas de jovens estudantes, o projecto tem a assinatura de Teresa Valadão (guião); Rodrigo Rodrigues (coreografia); Raquel Bilro (assistente de cena); André Pires (multimédia); Tiago Fraga (sonoplastia); Fernando Alves (luminotecnia); e Grupo (guarda-roupa e cenografia).

Sónia Bettencourt

Fonte: http://www.auniao.com/noticias/ver.php?id=19352

quinta-feira, 11 de março de 2010

Convívio Dia Internacional da Mulher 8 de Março

No passado dia 8 de Março a Delegação da UMAR Açores na Ilha Terceira celebrou o centenário do Dia Internacional da Mulher com um convívio para associadas e público em geral. Responderam ao convite cerca de meia centena de pessoas que aproveitaram para visitar a exposição de pintura de Phillipa Cardoso intitulada “Feminisms”, bem como assistir à actuação musical de Melissa Ficher (voz) e Paulo Machado (guitarra acústica) e ainda uma “surpresa” com a participação de Maria Matilde Fernandes.


As nossas Associadas

Actuação de Melissa Ficher e Paulo Machado

Actuação de Melissa Ficher e Paulo Machado

Participação (improvisada) de Maria Matilde Fernandes

Apresentação da iniciativa

O convívio...

Fica desde já um agradecimento muito especial à Phillipa Cardoso, à Melissa Ficher e ao Paulo Machado pela disponibilidade demonstrada. Obrigado e bem hajam…

quinta-feira, 4 de março de 2010

8 de Março Dia Internacional da Mulher

Programa comemorativo do centenário do dia 8 de Março Dia Internacional da Mulher promovido pela UMAR Açores na ilha Terceira

Pelas 21:00 na Delegação da UMAR Açores na ilha Terceira no Edifício da Recreio dos Artistas em Angra do Heroísmo

Exposição de Pintura de Phillipa Cardoso intitulada “FEMINISMS”

Actuação de Melissa Ficher (voz) e Paulo Machado (guitarra acústica) com temas alusivos à mulher.

Apresentação do Blog IGUALDADE XXI

terça-feira, 2 de março de 2010

Divulgação do Workshop Técnicas de Procura de Emprego amanhã no Programa Bom Dia da RTP Açores

No âmbito da divulgação do Programa de Ajuda na Procura de Emprego / Consciencialização de Competências desenvolvido pela UMAR Açores - Delegação da Ilha Terceira, a nossa técnica Carla Garcia irá participar amanhã, dia 3 de Março, a partir das 8h30 no programa televisivo Bom Dia da RTP Açores apresentado por Pedro Moura.

O Workshop é aberto a todas as pessoas que estejam à procura de emprego e queiram conhecer e utilizar correctamente os diferentes instrumentos de procura activa de emprego.

Data e Local
24 de Março (quarta-feira) das 14h00 às 17h00 na delegação da UMAR – Açores no Edifício Recreio dos Artistas, Rua da Rosa s/n 1º Andar, Angra do Heroísmo.

Inscrições
Haverá um limite de inscrições sendo que, serão seleccionadas as dez primeiras.
Estas poderão ser feitas através dos telefones: 295 217 860 / 96 86 87 479 ou pelo e-mail: umarterceira@gmail.com, contendo o seu nome, idade, habilitações literárias e contacto(s).

segunda-feira, 1 de março de 2010

Destaque do Mês de Fevereiro de 2010

Maria Ondina Correia Machado Sousa

Maria Ondina Correia Machado Sousa, natural da freguesia de S. Bartolomeu, tinha 13 anos aquando do seu primeiro trabalho remunerado, tomava conta de uma criança como forma de poder contribuir para os rendimentos do agregado familiar. Após esta primeira experiência de cariz profissional muitas outras se seguiram. Trabalhou como: cozinheira, operária de uma fábrica de produção em série, cuidadora de idosos dependentes, vendedora ambulante de “comes e bebes”, entre outros tantos ofícios.
Mas foi em 2008, que Maria Ondina, com os seus 50 e poucos anos de vida, decidiu trabalhar, durante 1 ano, ao abrigo do Programa Prosa, nos Serviços Municipalizados de Angra do Heroísmo, na recolha de resíduos sólidos urbanos. Confessa que, quando lhe propuseram “varrer as ruas” do município pensou: “devem estar a brincar, isso não pode ser, (…) é um trabalho de homem!” De pronto esta primeira ideia desvaneceu-se e, Maria Ondina, decidiu abraçar este desafio, alegando ser uma “amante da liberdade”. De acordo com as suas palavras: “quando trabalho gosto de fazer bem o meu serviço”, e foi com este espírito empreendedor que iniciou a labuta. Durante a primeira semana teve orientação para a realização das funções que estavam ao seu encargo. Posteriormente, a partir da segunda semana, todos os dias às 8h00, Maria Ondina reunia-se, no Edifício dos Corte-Reais, com os restantes 8 colegas para recolherem os materiais necessários à actividade e, assim, começarem o dia de trabalho. Sendo a única mulher desta equipa, refere, esboçando um pequeno sorriso, que quiçá, os seus colegas pensassem: “o que faz uma mulher aqui?”, visto que esta profissão, como ela mesma referiu anteriormente, é desempenhada maioritariamente por homens. Mas o que é facto é que sempre a trataram com muito respeito. Contudo, comenta que não houve espaço para criar vínculos relacionais uma vez que “não havia tempo para conversar, o trabalho tinha que ser feito”.
Defende que é importante: “um/a trabalhador/a saber controlar o seu serviço”. Conta que demorou cerca de 1 mês a descobrir a melhor estratégia para que pudesse desempenhar o seu trabalho com a máxima eficiência, ou seja, que a sua zona ficasse “toda limpa e em ordem”, destacando que “fazia o possível e o impossível para isso”.
Apreciava o facto de ser a responsável pela execução do seu serviço, desfrutando de liberdade para se organizar como assim entendesse. Explica que se dedicava à limpeza das ruas como se fosse a sua casa, argumentando que “afinal de contas os empregadores contratam-nos para fazermos bem o serviço. É com isso que estão a contar”.
Relativamente às dificuldades do ofício observa que, por vezes, as estações da chuva e do frio impedem a recolha, assim como há dias em que os depósitos do lixo estão mais pesados.
Recorda um transeunte que certa vez lhe disse: “Oh mulher, vai para casa que isso não é serviço para mulheres” e que noutra ocasião foi uma senhora que se pronunciou, dizendo: “ Oh mulher, isto é muito pesado para si”. Mas para a entrevistada pouca lhe interessavam estes ou outros comentários, o que realmente lhe interessava era cumprir o seu dever, que as ruas ficassem limpas!
Considera que as cidadãs e os cidadãos têm o bom senso de colocar os detritos nos sítios apropriados, mas muitas vezes, devido ao mau tempo, ou aos animais domésticos ou outros, as ruas estão bastante sujas, tornando-se “necessário andar em cima do serviço, para que o lixo não se acumule”.
Maria Ondina valoriza o trabalho por duas razões: pela independência económica, permitindo-lhe tomar as suas próprias decisões acerca da gestão dos rendimentos, e pelo bem-estar psicológico resultante da ocupação com uma actividade prazenteira.
Acredita que: “toda a gente tem o direito a trabalhar em conformidade com sua escolaridade”, sendo que para quem tem pouca escolaridade, como ela, 4ª classe, as oportunidades são escassas. Contudo ressalva que a vontade para o trabalho é um factor chave para o bom desempenho, e motivação para o trabalho é o que não falta a esta entrevistada!

Raquel Félix

Publicado no Jornal Diário Insular - IGUALDADE XXI - de 27 de Fevereiro de 2010

Dia de S. Valentão (?)

Escola Secundária Vitorino Nemésio - Praia da Vitória

No passado dia 14 celebrou-se o amor. Infelizmente, para 25% dos casais de namorados em Portugal, esse não é o sentimento predominante. Nesses relacionamentos prevalece o medo, a vergonha, a infelicidade por parte de quem é vítima de violência no namoro, e o ciúme excessivo, o controlo, a desconfiança, o desrespeito, por parte de quem agride.
Os maus-tratos são principalmente verbais/ psicológicos, perpetrados através de humilhação, chantagem, ameaça, crítica destrutiva, insultos… também frequentes são as manifestações de violência sexual, não apenas através de violação, mas de qualquer contacto não desejado. Preocupante é o facto de que @s jovens não o encarem como uma agressão, acabando muitas vezes por legitimar as relações sexuais forçadas dentro do namoro. Por fim, os maus-tratos são também físicos, podendo ir desde uma bofetada a uma sova, deixando marcas visíveis ou não, mas marcando para sempre quem se vê nessa situação.
PREVENIR é a palavra de ordem! Nesse sentido têm sido desenvolvidas acções nas escolas de modo a dotar a juventude das “ferramentas” que lhes permitam distinguir relacionamentos saudáveis de relacionamentos abusivos e conhecer os recursos que as instituições/ associações oferecem em termos de ajuda. Nos dias que antecederam o Dia de S. Valentim, a UMAR Açores participou numa iniciativa conjunta com a Polícia de Segurança Pública e a Direcção Regional da Igualdade de Oportunidades na Escola Básica e Secundária Tomás de Borba, na Escola Secundária Vitorino Nemésio e na Escola Secundária Jerónimo Emiliano de Andrade. Nesta última foi também realizada uma sessão de esclarecimento sobre a violência no namoro, assim como na Escola Profissional da Santa Casa da Misericórdia em S. Carlos.
A mensagem que queremos deixar aos/às jovens é a seguinte: No Dia d@s Namorad@s e todos os dias tenham relacionamentos saudáveis, onde predomine a confiança, o respeito (e o amor, claro)!

Rita Silva

Publicado no Jornal Diário Insular - IGUALDADE XXI - de 27 de Fevereiro de 2010

WORKSHOP: TÉCNICAS DE PROCURA DE EMPREGO

No âmbito do Programa de Ajuda na Procura de Emprego/ Consciencialização de Competências desenvolvido na UMAR – Açores, Associação para a Igualdade e Direitos das Mulheres, irá ser realizado um Workshop de Técnicas de Procura de Emprego, aberto a todas as pessoas que estejam à procura de emprego e queiram conhecer e utilizar correctamente os instrumentos de procura de emprego.
Este terá como objectivo principal empreender e concretizar um projecto na procura activa de emprego a nível pessoal, de forma a valorizar as suas competências pessoais e constituir um instrumento de apoio ao controlo e organização da procura de emprego.

Data e Local
Este irá ser realizado no dia 24 de Março (quarta-feira) das 14h00 às 17h00 na sede da UMAR – Açores situada no Edifício Recreio dos Artistas, Rua da Rosa, 1º andar, Angra do Heroísmo.

Inscrições
Irá haver um limite de inscrições sendo que, serão seleccionadas as dez primeiras. Estas poderão ser feitas através dos telefones: 295 217 860 / 96 86 87 479 ou pelo email: umarterceira@gmail.com, contendo o seu nome, idade, habilitações literárias e contacto(s).


Carla Garcia

Publicado no Jornal Diário Insular - IGUALDADE XXI - de 27 de Fevereiro de 2010

Programa de Educação Afectivo – Sexual

Carta redigida pelo/as aluno/as dos 3º e 4º anos da EB1/J.I. do Porto Judeu aos técnico/as da UMAR Açores – Delegação da Ilha Terceira.




Senhoras e senhores da UMAR,

Está a chegar à altura do nos despedirmos de vocês. Esta carta quer dizer que estamos todos com pena porque não sabemos se nos vamos ver outra vez.
Todos nós gostámos muito de aprender as coisas sobre a Educação Afectivo-sexual. Queremos agradecer-vos pelas aulas que tivemos durante estas quatro semanas.
Gostámos que tenham vindo à nossa escola, de terem falado de como nasce um bebé, de quem podia fazer as tarefas da casa e dos sentimentos que nós podíamos ter. Aprendemos que toda a gente tem de partilhar as funções para a casa ficar mais arrumada. Assim é muito melhor.
Foram todos muito simpáticos e explicaram tudo muito bem. Gostamos muito de ver as vossas apresentações. Também gostámos dos jogos que fizemos, como por exemplo o dos sentimentos e o da internet. Foi muito divertido. Gostamos da vossa companhia (e da família Gomes!) Adorámos!
Aprendemos muitas coisas novas e já não temos tantas dúvidas como tínhamos.
Obrigado por terem vindo à escola do Porto Judeu. A Turma 5 adorou que tenham vindo.
Esperamos vê-los em breve! Ah, não se esqueçam de visitar o nosso blogue
http://www.amiguinhosdaescola.blogspot.com/ .

Obrigado e até sempre.

EB1/J.I. Porto Judeu, 3 de Fevereiro de 2010

A Delegada da turma, Maria Azevedo.

Publicado no Jornal Diário Insular - IGUALDADE XXI - de 27 de Fevereiro de 2010