segunda-feira, 21 de outubro de 2019

XIV Noite de Igualdade CONVITE

CONVITE XIV Noite de Igualdade
5ª Feira 24 de Outubro 20:00 Horas
Recreio dos Artistas
 
Com o objectivo de assinalar o Dia Municipal para a Igualdade – 24 de Outubro, realiza-se na próxima 5ª feira pelas 20:00H na delegação da ilha Terceira da UMAR Açores (no Edifício da Recreio dos Artistas em Angra do Heroísmo) a XIV Noite de Igualdade.
Participam na iniciativa Íngride Bettencourt (Empoderamento, Igualdade e Inclusão) que é Técnica Superior de Educação Social na ACM Terceira, formadora e Mãe e César Medeiros (Boas práticas para promoção de oportunidades e competências) que é formador na área da agricultura e coordenador do projeto “As Nossas Quintas – Empresa de Inserção Social” da Cáritas da ilha Terceira.
A iniciativa é promovida pela UMAR Açores / CIPA em parceria com a ACM e a Cáritas da Ilha Terceira.
A entrada é gratuita e aberta ao público em geral.
Participe com a sua presença e ajude-nos a divulgar.
Obrigada
 

IDENTIDADE DE GÉNERO: O QUE É?

 
 
A 16 de agosto foi publicado em Diário da República o Despacho n.º7247/2019 que estabelece medidas administrativas para a não-discriminação de jovens e crianças transexuais e intersexo, seguindo a aprovação da Lei n.º38/2018, de 7 de agosto de 2018, que visa estabelecer o “direito à autodeterminação da identidade de género e expressão de género e à proteção de características sexuais de cada pessoa”.

Esta lei tem como principal objetivo proteger um conjunto de crianças e jovens, que apesar de serem uma minoria, existem e devem ver os seus direitos salvaguardados.
As especulações em redor deste decreto têm sido imensas e, por essa razão, para melhor melhor compreensão do mesmo é importante conhecermos a diferença entre identidade, género e identidade de género.

O significado de identidade:
Para diversos estudiosos de ciências sociais e humanas a identidade é o que permite reconhecer o indivíduo enquanto ser único.
A nossa identidade é o reflexo de um conjunto de carateres que só podem ser associados a nós mesmos, como por exemplo: o nosso nome
, data de nascimento, a nossa filiação, impressões digitais… Enfim, inúmeras características que são apenas nossas.
Embora possamos nos identificar, em diversos contextos e sentidos, com outras pessoas e até mesmo existirem, por vezes, algumas semelhantes connosco, ninguém é igual ao outro.
A nossa identidade é resultado da cultura e socialização, à qual podemos chamar identidade cultural e social. Culturalmente partilhamos uma identidade com o povo português, embora socialmente estejamos em grupos díspares, devido à faixa etária em que nos inserimos, classe social, género, história de vida…
Todos estes fatores criam aquilo que nós somos. Criam a nossa identidade e como tal somos seres únicos e individuais.

O género:
A necessidade de definir género surgiu quando, socialmente, percebeu-se que a identificação e os papéis atribuídos ao masculino e ao feminino não poderiam ser uniformes e/ou preditos a partir dos indicadores biológicos básicos.
Era necessário existir uma diferenciação tendo em conta os papéis assumidos socialmente por homens e mulheres, rapazes e raparigas.
Segundo Françoise Héritier (1996) o género constrói-se na relação entre homem e mulher, uma vez que nós não somos indivíduos isolados e toda a existência humana deve-se à socialização. Assim, foi sempre necessário atribuir “funções” e separar o que era masculino do que era feminino para “dar sentido” à diferença entre ambos.
Neste sentido Héritier (1996) definiu género como a palavra que “determina tudo o que é social, cultural e historicamente definido”.
Esta definição
, faz-nos sentido décadas depois porque se assim não fosse não haveria, ainda, tanta categorização do que é indicado para o homem e do que é indicado para a mulher.

Então o que é a Identidade de Género?
Antes de mais deve ser diferenciada a identidade de género da ideologia de género.
A primeira consiste no modo como os indivíduos se identificam na sociedade com base nos papéis sociais de género e no sentido individual da sua identidade. A segunda trata-se de um conceito que está intrinsecamente relacionado com os papéis atribuídos a cada género como produto da evolução cultural e histórica, que ao longo do tempo foi pautando o que era correto homens e mulheres fazerem e /ou assumirem.
Posto isto, a identidade de género não está relacionada com fatores biológicos, culturais e sociais. É sim, a forma como determinada pessoa se identifica no seu todo (masculino, feminino ou ambos).
Será também, incorreto relacionar a identidade de género com a orientação sexual pois esta indica por qual género (masculino, feminino ou ambos) determinada pessoa se sente atraída, física, romântica e/ou emocionalmente.
Portanto, poderão existir sujeitos com uma identidade de género diferente do seu sexo biológico e serem heterossexuais, homossexuais ou bissexuais.

É neste sentido que o despacho aprovado no mês de agosto vem assegurar a “adoção de medidas no sistema educativo”, pois é neste meio que muitas crianças e jovens iniciam o processo de alteração de identidade de género.
Espera-se também que o meio educativo seja o mais inclusivo para as camadas jovens da nossa sociedade, porque pilares socioeducativos e de definição de personalidade são estruturados neste ambiente, devendo combater a discriminação e assegurar a formação de indivíduos socialmente conscientes.

O esperado é o respeito pela identidade, privacidade e bem-estar das crianças e jovens que estão em processo de alteração de identidade de género, permitindo que 1) utilizem o nome pelo qual se identificam, em todas as atividades escolares e extraescolares; 2) respeitem os vestuários que escolhem de acordo com a sua identidade; 3) caso desejem, recorram às casas de banho e balneários, de acordo com a sua singularidade e privacidade; 4) formem pessoal docente e não docente para que ultrapassem a imposição de estereótipos e comportamentos discriminatórios.

Não devemos esquecer que estas crianças e jovens são dos indivíduos mais vulneráveis nos ambientes escolares, suscetíveis ao bullying, maus tratos por parte dos pares e não só, por desconhecimento e ignorância, como por preconceito.

Devemos tentar garantir sempre, a qualquer criança ou jovem, condições de igualdade em qualquer contexto/meio a que pertença e isso só é alcançável através do pleno respeito pela identidade e individualidade de cada pessoa!
 

 
Raquel Costa
Psicóloga
UMAR Açores - Delegação da ilha Terceira
 

Publicado na Página IGUALDADE XXI no Jornal Diário Insular de 19 de Setembro de 2019



sexta-feira, 18 de outubro de 2019

DESTAQUE DO MÊS DE JULHO DE 2019

Catarina Rocha Ribeirinha
 
 
É o nome da jovem de 16 anos natural da ilha Terceira, concelho de Angra do Heroísmo.
Frequenta o secundário na Escola Secundária Jerónimo Emiliano de Andrade e como todos os jovens da sua faixa etária tem sonhos e desejos. Ambiciona seguir para a faculdade quando terminar o liceu e continuar a jogar futebol.
Agora podemos questionar-nos: “O que é que a diferencia da maioria das jovens da sua idade?”  -  A Catarina joga futebol!
 
Como tudo começou
Eu comecei a jogar futebol na escola primária com 7 anos. Primeiro nos intervalos com os meus colegas e posteriormente aos 9 anos comecei a jogar no Boavista Clube da Ribeirinha com rapazes, devido à ausência de equipas femininas. Eu via os meus colegas a jogarem e um dia decidi experimentar, nesse momento eu senti algo que nunca tinha sentido, um sentimento inexplicável, uma alegria que me fazia acreditar que podia fazer tudo e isso motivou-me a alimentar esse sentimento.
 
 
Ser mulher num mundo, maioritariamente, masculino
Sinceramente, ainda há muita descriminação e falta de oportunidades para as mulheres. A aposta em termos monetários no futebol feminino não representa nem ¼ do que é gasto com o futebol masculino. Ser mulher num mundo masculino não é fácil. Como podemos afirmar que há igualdade no mundo se os números comprovam essas desigualdades? Uma rapariga que queira seguir o seu sonho de ser jogadora profissional com as condições que há, será muito difícil alcançá-lo. Eu tive de sair do Boavista porque já não tinha idade para jogar mais numa equipa masculina e a minha única opção para continuar a jogar foi ir para o futsal. Este ano joguei pela equipa feminina da Escola Secundária Jerónimo Emiliano de Andrade.
 
 
Medos e dificuldades
A maioria dos rapazes acolheram-me bem, tratavam-me como igual e sempre me respeitaram. No entanto, via-se que outros não gostavam que eu estivesse ali e achavam que por ser rapariga não sabia jogar e era inferior a eles. As principais dificuldades que sentia eram o medo de mostrar tudo o que sabia fazer pois em alguns casos se falhasse, posteriormente deixavam de me passar a bola.
 
Ganhar credibilidade, respeito e reconhecimento no mundo do futebol
Dentro do clube, todos me tratavam bem tanto os treinadores como a direção dando-me oportunidades e credibilidade. No entanto, houve uma vez em que um dos pais de um jogador perguntou porque é que a “rapariga” estava a jogar e o seu filho não. Ser uma mulher que joga futebol não é motivo de vergonha, mas sim de orgulho, porque estamos a representar todas as minorias e a mostrar que elas também têm talento e valor.
É bom saber que as pessoas reconhecem o nosso esforço, trabalho e dedicação. Contudo, não se vê muito reconhecimento aqui na ilha.
 
 
Como promover o futebol feminino
Eu gostava que fossem dados mais apoios, mais oportunidades, mais atenção ao futebol feminino de modo a termos possibilidades de no futuro representarmos grandes clubes e o nosso país. Nós também temos valor e temos capacidade de jogar tão bem quanto os rapazes.
 
Sobre ser mulher no século XXI
Ser mulher, hoje em dia, é mais fácil do que no passado. Os nossos direitos têm vindo a crescer, as mentalidades estão a desenvolver-se aos poucos e eu espero que no futuro as desigualdades tanto no desporto como em oportunidades no mercado de trabalho entre outras, sejam quase inexistentes.
 
O papel das associações feministas
Atualmente, as associações feministas têm um papel importante. É graças a elas que as mulheres têm conquistado mais direitos e marcado uma posição que lhes permite falar sem que as suas opiniões sejam consideradas irrelevantes. É importante que existam instituições cujos objetivos são a defesa do empoderamento das mulheres e da igualdade, a fim de alcançar um mundo melhor para as gerações futuras.
 
Sobre violência doméstica
As opiniões da sociedade quanto a este assunto dividem-se. Enquanto uns acreditam que essas mulheres estão a exagerar, existindo comentários como, por exemplo: “"se apanhou, era porque merecia", outros têm pena delas defendendo uma pena pesada para o agressor e a denúncia destas situações. Nenhum ser humano merece ser agredido tanto psicológica como fisicamente. O ditado   "entre marido e mulher não se mete a colher" não se deve aplicar a situações destas, é necessário denunciar esses casos, pois o sofrimento humano não deve ser ignorado. Por sua vez, deve-se realçar o papel das instituições que fornecem apoio e realizam campanhas de apoio à vítima.
 
Daqui a 10 anos…
Gostava de estar a jogar numa grande equipa porque é isso que me fará feliz.
 
Publicado na Página IGUALDADE XXI no Jornal Diário Insular de 16 de Julho de 2019

 

UMAR Açores participa no IV Arraial de Saúde

Na E.B.I. Francisco Ferreira Drummond


No passado dia 4 de Junho, a UMAR Açores participou no IV Arraial de Saúde, promovido pela Escola Básica Integrada Francisco Ferreira Drummond em São Sebastião.

Com o objectivo de sensibilizar os jovens para relações afectivas saudáveis, dinamizaram-se várias actividades utilizando a mímica, desenhos e jogos de palavras. No final distribuíram-se vários panfletos com informações úteis, bem como corações autocolantes com mensagens de sensibilização.

Esta actividade contou com a colaboração da voluntária Vera Melo a quem aproveitamos a oportunidade para agradecer a disponibilidade demonstrada.

Para além da UMAR Açores também participaram no Arraial de Saúde a Casa de Povo de Santa Bárbara - projecto Haja Saúde, a P.S.P., a Câmara Municipal de Angra do Heroísmo e o Centro de Saúde de Angra do Heroísmo - projecto Percursos.
 
Espaço da UMAR Açores no IV Arraial de Saúde
 
Dinamização de actividades no IV Arraial de Saúde
 
Dinamização de actividades no IV Arraial de Saúde
 
Publicado na Página IGUALDADE XXI no Jornal Diário Insular de 19 de Junho de 2019
 

Projeto Violentómetro

Numa iniciativa conjunta da UMAR Açores, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro e Secretaria Regional de Solidariedade Social, concluiu-se a 31 de Maio a intervenção (Fase 4) na Escola Secundária Jerónimo Emiliano de Andrade em Angra do Heroísmo. Na ilha Terceira, para além da referida escola, participaram no projeto as escolas Básica Integrada da Praia da Vitória, Básica Integrada Francisco Ferreira Drummond em São Sebastião e Básica e Integrada dos Biscoitos.
Tendo em conta que nos relacionamentos abusivos, os maus-tratos tendem a aumentar de frequência e intensidade com o passar do tempo, pretende-se dotar os jovens de instrumentos (ex: Violentómetro) que ajudem a detectar comportamentos violentos logo no seu início impedindo a escalada dos mesmos.
Procurou-se assim sensibilizar a população juvenil para o fenómeno da violência e consciencializar para as diversas manifestações de comportamentos agressivos, dos mais subtis aos mais graves.
 
Cartaz exposto nas Escolas que participaram no Projeto
 
Publicado na Página IGUALDADE XXI no Jornal Diário Insular de 19 de Junho de 2019
 
 

Um Abraço pelo Amor Universal!

UMAR Açores assinala Dia Internacional contra a Homofobia, Bifobia e Transfobia
 
 
Praça Velha em Angra do Heroísmo – 17 de Maio
Fotografia Jéssica Nunes

 
No passado dia 17 de Maio a delegação da ilha Terceira da UMAR Açores assinalou o Dia Internacional contra a Homofobia, Bifobia e Transfobia.
Esta iniciativa, intitulada Um Abraço pelo Amor Universal!, contou com o apoio de várias cidadãs e cidadãos, bem como com a colaboração e participação de elementos da equipa técnica do Núcleo de Iniciativas de Prevenção e Combate à Violência Doméstica da Santa Casa da Misericórdia da Praia da Vitória.
O dia 17 de Maio de 1990 assinala a exclusão da Homossexualidade da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde (CID) da Organização Mundial de Saúde (OMS). Ficou assim conhecido como o Dia Internacional Contra a Homofobia.
Passados 29 anos, a discriminação persiste, de uma forma por vezes disfarçada mas sentida e neste contexto, pretendeu-se sensibilizar a população em geral para o combate à homofobia demonstrando Amor Universal! Ao final da tarde percorreram-se as principais ruas da cidade de Angra do Heroísmo, oferecendo Abraços, flores, panfletos e marcadores de livros com mensagens de incentivo à não discriminação em função da orientação sexual.
 
Delegação da UMAR Açores em Angra do Heroísmo – 17 de Maio
Fotografia UMAR Açores

Alto das Covas em Angra do Heroísmo – 17 de Maio
Fotografia Jéssica Nunes
 
Logotipo criado para assinalar o 17 de Maio
Jéssica Nunes
 
 
Publicado na Página IGUALDADE XXI no Jornal Diário Insular de 23 de Maio de 2019


 

“Eu não sou um homem fácil”

XIII Noite da Igualdade com lotação esgotada

Discussão reflexiva com Ana Arroz e público presente
 
No passado dia 29 de Março a delegação da UMAR Açores na ilha Terceira teve lotação esgotada para assistir ao filme “Je ne suis pas un homme facile” (Eu não sou um homem fácil) de Eléonore Pourriat (2018) assinalando assim a décima terceira Noite da Igualdade.
Com a moderação da convidada Ana Arroz (psicóloga educacional e docente na Universidade dos Açores), a quem aproveitamos a oportunidade para agradecer a colaboração, foram discutidos alguns tópicos alusivos ao tema do filme, mais precisamente a (des)igualdade de género.
No mundo de Damien (interpretado por Vicent Elbaz) os homens são a supremacia na maioria dos locais que frequentam, desde bares até ao próprio local de trabalho. Este sente-se capaz de provocar, dizer e até de certo modo constranger qualquer mulher que lhe chame a atenção. É quando conhece Alexandra Lamour (interpretada pela atriz Marie-Sophie Ferdane) que tudo muda. Para Alexandra são as mulheres que têm o domínio da maioria das atividades quotidianas de forma a garantirem o sustento dos homens por serem um sexo mais fraco.
Nesta obra de Eléonore Pourriat é possível ver de forma nítida os comportamentos estereotipados que existem nas sociedades do século XXI para ambos os sexos e faz-nos refletir claramente sobre o papel que cada um de nós, enquanto homens e mulheres, devemos ter para combater e alterar ações que são habituais nos meios em que vivemos.
Estes foram alguns dos tópicos abordados na discussão reflexiva que se seguiu à projeção do filme. Desde questões políticas até pontos de vista e formas de encarar algumas problemáticas associadas à desigualdade de género, muitos foram os prós e contras enumerados e que futuramente serão enfrentados pelas gerações vindouras.
Naturalmente, todo o público presente concordou que cada vez mais estas alterações devem procurar ser enraizadas na educação das gerações mais novas.
Enquanto for “normal”, apenas por ser homem, ganhar-se cerca de 18% a mais de salário do que qualquer mulher que exerça as mesmas funções, enquanto as meninas aprendem a cuidar das casas entre muitas outras “funções das raparigas” e os rapazes brincam, enquanto “o lugar da mulher for a cozinha e o do homem o sofá”, sempre que o rosa for “apenas para meninas e o azul para meninos”… Muito trabalho há a fazer na nossa sociedade presente e futura!
Será muito importante educar crianças e jovens para a partilha! Partilha de papéis e de funções em qualquer contexto onde se insiram. Todos somos capazes de desenvolver qualquer tarefa ou trabalho desde que aprendamos e sejamos instruídos.
Como já diziam os mais velhos “é de pequenino que se torce o pepino”.
É de pequenino que se aprende a viver em igualdade!
 
Publicado na Página IGUALDADE XXI no Jornal Diário Insular de 30 de Abril de 2019
 

Projeto IGUALDADE SEM IDADE

Numa iniciativa da Santa Casa da Misericórdia da Praia da Vitória (Núcleo de Iniciativas de Prevenção e Combate à Violência Doméstica) em parceria com a Câmara Municipal de Angra do Heroísmo e com a colaboração da equipa técnica da UMAR Açores, realizaram-se mais duas sessões de sensibilização no âmbito do projecto Igualdade Sem Idade. A 26 de Março estivemos no Centro Comunitário de São Pedro, enquanto a 11 de Abril o público-alvo foram o/as idoso/as do centro de convívio da Instituição de Nossa Sra. dos Milagres da Serreta.
Ao longo destas sessões são abordadas questões relacionadas com a igualdade de género e de oportunidades junto das pessoas idosas, uma vez que estas podem ser veículos de desconstrução de estereótipos de género junto das gerações mais novas.
Em Maio estaremos no centro de convívio de idosos da Casa do Povo das Cinco Ribeiras e na Casa do Povo do Raminho.
 
 

Centro Comunitário de São Pedro – 26 de Março

 
Centro de convívio da Instituição de Nossa Sra. dos Milagres da Serreta – 11 de Abril
 
Publicado na Página IGUALDADE XXI no Jornal Diário Insular de 30 de Abril de 2019
 


Promoção de relações afectivas saudáveis

No âmbito do Dia Internacional da Mulher

A convite do Centro Comunitário da Terra ChãEquipa de Rua e de Apoio a Crianças e Jovens, realizou-se no passado dia 8 de Março - Dia Internacional da Mulher uma acção de sensibilização com o objectivo de promover relações afectivas saudáveis junto dos utentes daquela valência.
Esta actividade foi dinamizada pela equipa técnica da UMAR Açores na ilha Terceira e contou com a colaboração de uma técnica estagiária da Confederação Operária Terceirense.
 
Centro Comunitário da Terra Chã – 8 de Março
 
Publicado na Página IGUALDADE XXI no Jornal Diário Insular de 30 de Abril de 2019

SE AS MULHERES PARAM, O MUNDO PÁRA!


A UMAR – União de Mulheres Alternativa e Resposta apela à mobilização para a Greve Feminista Internacional do 8 de março, realçando o caráter simbólico desta greve.

Nós mulheres temos mil e uma razões para reclamar direitos e para lutar pela nossa liberdade e autonomia.

Tanto no passado como no presente, as mulheres foram e são as mais fustigadas pelos diversos sistemas de opressão e exploração. Por isso, denunciamos discriminações e diferentes formas de violência a que nos sujeitam, mostrando a força que nós, mulheres, podemos e devemos ter nas sociedades.

No dia 8 de março, ao quebrar as rotinas de todos os dias nas muitas e muitas tarefas que usualmente fazemos, quando saímos do trabalho, alterando quotidianos que nos são impostos socialmente e que limitam os nossos percursos de vida, desde a nossa idade mais precoce, é uma forma de dizer “Basta!” e de estarmos solidárias com as mulheres do mundo inteiro.

Esta e outras paragens simbólicas por parte das mulheres que se podem fazer nos locais do trabalho têm um grande significado, pois possibilitam demonstrar que estamos unidas na luta contra as desigualdades e discriminação de género que nos oprimem.

QUEREMOS viver sem violência e acabar com os assassinatos de mulheres - femícidios

QUEREMOS ter uma Justiça não sexista e misógina que pare de atuar constantemente em defesa e desculpabilização dos agressores e na culpabilização das mulheres.

QUEREMOS uma verdadeira igualdade salarial, ter condições de acesso a trabalho não precário, sem discriminações, sem assédio sexual e moral; exigimos o cumprimento do direito de igualdade das pessoas trans no acesso ao emprego e ao trabalho, tal como decretado na lei nº28/2015.

EXIGIMOS o direito a um projeto de vida digno e autónomo onde a gravidez ou o cuidado com descendentes e ascendentes não sejam argumentos escondidos para despedimento ou discriminação.

EXIGIMOS respostas públicas para o incremento de serviços e redes de apoio, tais como creches, lares, cantinas e apoio domiciliário. Por ano, em média, cada mulher perfaz 16 semanas e 40 h de trabalho gratuito, que nem sequer nos é reconhecido nesta sociedade onde se mantém a divisão sexual do trabalho.

RECLAMAMOS espaços livres de assédio quer seja no trabalho, no espaço público ou dentro das nossas próprias casas. O lugar da mulher é onde ela quiser!

QUEREMOS uma educação pública e gratuita não reprodutora de estereótipos e papéis de género, com currículos pedagógicos que visibilizem a História e as Lutas das Mulheres.

EXIGIMOS Instituições do Ensino Superior em que não sejam legitimadas praxes académicas humilhantes, que reproduzem uma cultura heteronormativa e misógina, encorajando a violência sexual, o racismo, o classismo e a LGBTQIA+fobia. Queremos uma Academia em que todas (alunas, professoras e funcionárias) possamos ter as nossas identidades e orientações sexuais livres de assédio e machismo.

REIVINDICAMOS direitos para todas as mulheres: imigrantes, refugiadas, presas, mulheres de todas as etnias e nacionalidades, mulheres de todas as idades e com diferentes corpos, mulheres com diferentes orientações sexuais e identidades de género, mulheres que prestam serviços sexuais, mulheres com diferentes capacidades.

QUEREMOS ter leis da habitação que concedam a todas as mulheres o direito fundamental de acesso a um local adequado para viver dignamente. Exigimos políticas que protejam arrendatárias e residentes de ameaças de ordens de despejo, que tantas vezes resultam em tristes cenários de mulheres, crianças e idoso/as na rua sem alternativa de uma habitação digna.

QUEREMOS igual acesso aos cuidados de saúde e bem-estar.

EMPENHAMO-NOS na construção de uma sociedade mais consciente e informada, menos consumista, baseada numa cultura da imagem, pressionada socialmente pelos media e indústrias culturais, promotoras da hipersexualização dos corpos das mulheres e de um ideal de beleza-padrão irreal.

LUTAMOS por um mundo no qual a preservação do Planeta e a sustentabilidade ambiental sejam priorizadas, em detrimento da sobre exploração dos recursos naturais e da poluição ambiental levada a cabo por grandes corporações transnacionais, de forma a evitar que os efeitos alterações climáticas e da destruição dos ecossistemas destruam a nossa qualidade de vida, desde já tão precária. As mulheres que dependem directamente dos recursos naturais como as indígenas, as camponesas e as pescadoras de certas regiões do mundo, são as mais afectadas pela destruição ambiental.

QUEREMOS um mundo sem guerras, sejam elas militares, económicas, territoriais ou religiosas. Insurgimo-nos contra os conflitos armados, nos quais mulheres e crianças são tantas vezes utilizadas como armas de guerra. Solidarizamo-nos com os povos ocupados militarmente, oprimidos e massacrados e com aqueles que resistem. Contra o extermínio social e cultural dos povos indígenas!

Não queremos ser mulheres que subjugam e exploram outras mulheres. Recusamo-nos a reproduzir as desigualdades raciais, de género e de classe que nos acorrentam a todas.

Insurgimo-nos contra a ascensão ao poder de políticos e governos de direita e ultraconservadores em cada vez mais países do mundo. Na Europa os perigos para um grande recuo nos direitos das mulheres já se fazem sentir com o crescimento e subida ao poder de partidos fascizantes.

O dia 8 de março também é, por isso, um dia de protesto contra os populismos, os movimentos neo-fascistas e as tendências reaccionárias que assolam a Europa e todo o mundo.
 
CONTAMOS CONTIGO, no dia 8 de março, para te juntares a outras mulheres, numa maré feminista de protesto por todo o país.


Publicado na Página IGUALDADE XXI no Jornal Diário Insular de 8 de Março de 2019
 

Banca do “Amor Saudável” na Feira da Saúde

R.A.I.M.I.T. assinala Dia dos Namorados

No passado dia 5 de Fevereiro a R.A.I.M.I.T. - Rede de Apoio Integrado à Mulher da Ilha Terceira, da qual a UMAR Açores faz parte, assinalou o Dia dos Namorados (14 de Fevereiro) através da participação na Feira da Saúde, promovida pela Escola Profissional da Santa Casa da Misericórdia de Angra do Heroísmo.
Esta actividade, projectada pelas técnicas da Santa Casa da Misericórdia da Praia da Vitória, teve como principal objectivo sensibilizar os jovens para as relações afectivas saudáveis, através da promoção de afectos positivos. Assim, através da dinamização de várias actividades utilizando a mímica, desenhos, jogos de palavras e enigmas, procurou-se reforçar os pilares de uma relação afectiva saudável, nomeadamente a confiança, o respeito, o diálogo, os afectos e a igualdade que pressupõe a partilha e responsabilidade que cada elemento deve ter numa relação afectiva.
Para além da R.A.I.M.I.T. também participaram na Feira da Saúde o Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores, a Casa de Povo de Santa Bárbara - projecto Haja Saúde, a P.S.P., a Câmara Municipal de Angra do Heroísmo e o Centro de Saúde de Angra do Heroísmo - projecto Percursos.


Técnico/as das instituições membros da R.A.I.M.I.T.

 
Banca do “Amor Saudável” - Feira da Saúde

 
Banca do “Amor Saudável” - Feira da Saúde
 
 
Publicado na Página IGUALDADE XXI no Jornal Diário Insular de 22 de Fevereiro de 2019