terça-feira, 16 de maio de 2017

DESTAQUE DO MÊS DE ABRIL DE 2017

Susana Coelho
 
 
Como mulher que sou, aconselho as vítimas a não se deixarem intimidar nem humilhar pelo agressor, fazendo frente às possíveis ameaças.

Susana de Lurdes Silveira Coelho, cantora Açoriana, descendente de uma família de músicos, desde cedo iniciou o seu percurso musical integrando vários grupos e diversos projectos, a solo ou em grupo, cantando variados estilos, do barroco ao jazz, passando pelo bossa nova à música tradicional. A sua motivação para cantar surgiu naturalmente através dos serões musicais em casa com o pai e as suas duas irmãs.

Em 2000 gravou o seu primeiro álbum, com o projecto Susana Coelho & Trio. Participou como cantora em diversos programas televisivos da RTP Açores, como “Xailes Negros”, “Toadas do Vento Ilhéu”, “Balada do Atlântico”, “O barco e o sonho”, ou “A lenda das Sete Cidades”. Tem actuado mais recentemente como convidada em diversos espectáculos pelos Açores e feito algumas apresentações a solo ou acompanhada na ilha Terceira.

Em 2015 lançou o seu mais recente álbum intitulado Agridoce que é um trabalho composto por doze temas que viajam por entre sonoridades com influências do jazz, da música tradicional e até mesmo do rock. Onze destas canções são originais, com letras de Cláudia Coelho Cardoso, João Lemos e de alguns autores anónimos, sendo o tema “Alma dos Poetas” da autoria de João Lemos com um poema de Florbela Espanca.

Ao longo da nossa pequena conversa a cantora referiu que, pelo facto de ser mulher, nunca sentiu qualquer dificuldade em se integrar pelos projectos onde tem passado.

Sobre a violência doméstica opina que numa primeira fase há a surpresa na cara das pessoas (pelo facto de perceberem que alguém conhecido é ou foi vítima de violência conjugal), mas depois ignoram e esquecem, visto que vivemos num sistema muito conservador e cheio de critérios. As vítimas são automaticamente esquecidas e ignoradas pelo sistema se não seguirem os critérios estabelecidos. Muitas vezes, esse esquecimento, é o mais conveniente para a sociedade…. Neste contexto advoga que o trabalho das associações de apoio às vítimas torna-se essencial nos dias de hoje. Como mulher que sou, aconselho as vítimas a não se deixarem intimidar nem humilhar pelo agressor, fazendo frente às possíveis ameaças.
 

O que dizer de Susana?!

Susana é ilha em punho
É uma quadra de junho
É solstício de verão
É voz do mar e da terra
É tudo o que da alma descerra.

Susana é a voz da Terceira,
Ilha brava e festeira,
Porto de abrigo e luar
Onde a música é salutar.
Susana por ondas navega
E a voz toda entrega
No regaço de cada dia
Numa doce maresia…

Teu canto é açoriano
Chega longe é veterano
Esvoaça qual gaivota
Neste céu que não desbota.

É a ilha que nos cria
…Essa eterna melodia…

Rosa Silva (“Azoriana”)
 
Publicado na Página IGUALDADE XXI no Jornal Diário Insular de 11 de Maio de 2017


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