“Tinha 24 anos quando conheci alguém na minha vida. Para mim foi amor à
primeira vista, namorámos e ficámos noivos e por fim casámos. Deste casamento
nasceram dois filhos, um menino e uma menina, com muito amor da minha parte. Ao
fim de um tempo o príncipe acabou. Começaram os insultos, os maus-tratos, mas
como eu o amava pensei que talvez acabasse. Mas não acabou, só piorou. Fiquei
sem pais, estes faleceram, sozinha continuei casada, tinha dias bons, tinha
dias maus… Quando vinham os bons pensava que tudo ia mudar e que não mais me
maltratava. Os filhos cresceram e os maus-tratos para eles também, a ponto de
eu pensar no suicídio, que talvez fosse a minha salvação, para a dor que eu
tinha. Mas uma luz, um pensamento surgiu que a minha vida tinha que mudar. Depois
de um desentendimento, ele saiu de casa e eu fiquei com os meus filhos. Foi a
melhor época da minha vida, vivíamos os três em família. Depois regressou e eu
tive que sair. Fui para casa de um familiar que me apoiou muito e a quem muito
agradeço. Hoje sou feliz com os meus filhos, estamos numa casa sozinhos, pobre
mas feliz. Venho por este meio dizer que tem que se ter força, é muito difícil
mas tem que se pensar nos nossos filhos e em nós. Temos direito a ter valor e
não ser aquilo que nos chamaram. Quero agradecer a toda a gente que me ajudou,
pessoas amigas, família, instituições. E que a vida não acaba por seres vítima,
apenas recomeça uma vida nova... E que a justiça se faz!”
Maria
Publicado na página Igualdade XXI no jornal Diário Insular
de 1 de Dezembro de 2012.
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