Todos nós, infelizmente, já
passamos por momentos de maior tensão e ansiedade ao longo da nossa vida. Com
maior ou menor gravidade, o facto é que ansiedade não é algo que o ser humano
goste de sentir.
O ano de 2020 talvez tenha sido
dos mais privilegiados nesse aspeto para todos nós, ficando assim também a ser
sinónimo de ansiedade e preocupação devido à pandemia que nos fez reorganizar
todo o nosso dia-a-dia. Factor que por si só pode dar origem a algumas emoções
mais desagradáveis.
Com o regresso a alguma
normalidade nas nossas rotinas e com o reaparecimento de alguns casos positivos
na região o sentimento de incerteza e ansiedade voltou a estar bastante
presente. Desta forma, é importante realçar como podemos combater a nossa
ansiedade.
Concerteza já se ouviu dizer
por vezes “ando cheio de nervos”, “está a ser muito difícil”, “não sei o que se passa, com pouco fico muito
irritado/a”, “se já havia crise,
agora será cada vez pior e mais difícil”… É perfeitamente normal
sentirmo-nos perdidos face a um evento que ninguém sabe como lidar. Todos nós
passamos por períodos de maior e menor adaptabilidade face ao problema
COVID-19. Factores como estar em isolamento e distanciamento social, cumprir um
determinado conjunto de regras e medidas de segurança, o desconhecer e sentir
que pouco se sabe sobre o vírus, manter rotinas de teletrabalho, ajudar e
estimular crianças quando temos de ser “multitaskers”… provocam expectavelmente
sentimentos de medo, incerteza, preocupação e ansiedade face ao futuro.
Porém alguns destes sentimentos
menos agradáveis têm como principal função proteger-nos.
Vamos usar a ansiedade a nosso
favor!
Estarmos ansiosos em sítios e
em locais públicos, neste momento, contribui para que adoptemos comportamentos
pró-sociais e pró-saúde, como por exemplo, manter o distanciamento que é pedido
e não estar muito tempo naquele espaço. Este comportamento levará a um maior
cumprimento das regras de saúde impostas o que fará com que a propagação do
vírus se mantenha diminuta.
Não nos devemos sentir envergonhados,
culpados, fracos ou inferiores aos outros porque nos sentimos ansiosos. Como já
foi referido, passamos por diferentes eventos que nos provocam diferentes
níveis de ansiedade. Em momentos de crise, como este, é normal este sentimento.
“Como posso combater a minha ansiedade?”.
Primeiro conheça a sua
ansiedade, identifique: os efeitos que esta provoca no nosso corpo (ex:
palpitações, tonturas, falta de ar…), que tipo de pensamentos nos provoca (ex:
como sei se estou infetado? Será que vou perder o emprego…) e como tem afetado
o nosso relacionamento com os outros (ex: fiquei mais calado, evito falar com
outros, sinto muita necessidade de falar com muita gente…).
Depois de a conhecer enfrente-a com 11 passos:
Concentre-se no aqui e no agora, nas atividades que está a desenvolver;
Identifique os pensamentos que mais o perturbam e questione a probabilidade real do seu acontecimento;
Invista esforços no que pode controlar, por exemplo, manter e cumprir as medidas de segurança propostas;
Mantenha-se informado e atualizado, escolha um horário e sitio em que a informação fornecida seja fidedigna;
Fale com amigos e familiares;
Confie nas suas capacidades para enfrentar situações difíceis;
Tire tempo para fazer o que mais gosta de fazer e lhe dá prazer;
Ocupe-se com aquelas atividades que sempre teve vontade mas nunca conseguiu fazer;
Ao final do dia tire tempo para refletir sobre os pontos positivos do seu dia;
Crie um espaço e momento diário para relaxamento;
Pense e projete-se no futuro de forma positiva;
Caso os seus sentimentos e inquietação forem excessivos e
persistentes, caso sinta que está sobrecarregado e desgastado pelos sentimentos
de ansiedade, caso estes sentimentos durem longos períodos de tempo e estejam a
impedir o seu dia-a-dia e rotina diária por não conseguir controlar a sua
ansiedade, peça ajuda! Contate/procure um psicólogo.
Fonte da informação: “COVID-19: 3 passos para lidar com a
ansiedade” – Ordem dos Psicólogos Portugueses (2020)
A prevenção será sempre a nossa
maior proteção!
Raquel Costa
Publicado da Página IGUALDADE XXI no Jornal Diário Insular de 21 de Julho de 2020
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