sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Dia Internacional da Mulher - 8 de Março

Inauguração da Exposição na Carmina Galeria de Arte

Concerto pelas alunas do ensino artístico da escola Basica e Secundária Tomás de Borba

Mesa redonda / debate


O Dia Internacional da Mulher foi celebrado pela UMAR Açores – Associação para a Igualdade e Direitos das Mulheres, de várias formas, todas elas com o objectivo de assinalar este dia e não deixar esquecer o principal motivo que lhe dá razão de ser: a defesa pela igualdade de direitos e deveres entre homens e mulheres.
Em S. Miguel, no Centro Comercial SOLMAR, a Associação dos Imigrantes nos Açores (AIPA) e a UMAR Açores, fizeram uma Conversa a8, com a participação de 8 mulheres oriundas de diferentes países e a pré-apresentação do livro digital “Viajante, tu contas”, onde o grupo de mulheres do projecto Migração, Interculturalidade e Género “Tu existes, tu contas”, contam as suas histórias e receitas típicas dos seus países de origem.
No Faial, a UMAR Açores teve uma participação especial no “Espaço Mulher”, onde foram distribuídas flores feitas pelas utentes da Casa-Abrigo, e foi passado às visitantes um questionário adaptado de auto-conceito, que está no momento a ser analisado em termos estatísticos.
Na Terceira, a UMAR Açores em parceria com a Carmina Galeria de Arte Contemporânea, organizaram uma exposição colectiva de três artistas com raízes açorianas – Cátia Guimarães, Maria Ana Simões e Phillipa Cardoso – que com pintura e escultura deram vida ao tema “Terra-Mulher”. A arte no feminino foi também celebrada num momento musical proporcionado pelas alunas do ensino artístico da E.B.S. Tomás de Borba. Para arrematar estas celebrações, decorreu uma mesa-redonda moderada pela jornalista da RTP-Açores - Marta Silva, com a participação das Directoras Regionais da Igualdade de Oportunidades – Natércia Gaspar, Solidariedade e Segurança Social – Isabel Berbereia e Educação – Fabíola Cardoso. As Directoras Regionais da Saúde – Sofia Duarte e Cultura – Gabriela Canavilhas, não puderam estar presentes. A assistência participou de forma entusiástica, colaborando para o debate da situação das mulheres no que respeita à igualdade de direitos e deveres, em várias áreas.
Também de forma a assinalar o dia, foi feita uma acção de sensibilização no Estabelecimento Prisional de Angra do Heroísmo (E.P.A.H.) para detidos e as suas esposas/ companheiras.

Sabia que?...
No dia 8 de Março de 1857, operárias de uma fábrica de tecidos, situada na cidade norte americana de Nova Iorque, fizeram uma grande greve. Ocuparam a fábrica e reivindicaram melhores condições de trabalho, tais como, redução na carga diária de trabalho para dez horas (as fábricas exigiam 16 horas de trabalho diário), equiparação de salários com os homens (as mulheres chegavam a receber até um terço do salário de um homem, para executar o mesmo tipo de trabalho) e tratamento digno dentro do local de trabalho. Esta manifestação foi reprimida com total violência. As mulheres foram trancadas dentro da fábrica, que foi incendiada. Aproximadamente 130 tecelãs morreram carbonizadas, num acto totalmente desumano.
Porém, somente no ano de 1910, durante uma conferência na Dinamarca, ficou decidido que o 8 de Março passaria a ser o "Dia Internacional da Mulher", em homenagem às mulheres que morreram na fábrica em 1857. No ano de 1975, através de um decreto, a data foi oficializada pela Organização das Nações Unidas (O.N.U.).

Objectivo da Data
Ao ser criada esta data, não se pretendia apenas comemorar. Na maioria dos países realizam-se conferências, debates e reuniões cujo objectivo é discutir o papel da mulher na sociedade actual. O esforço é para tentar diminuir e, quem sabe um dia terminar, com o preconceito e a desvalorização da mulher. Mesmo com todos os avanços, elas ainda sofrem, em muitos locais, com salários baixos, violência masculina, jornada excessiva de trabalho e desvantagens na carreira profissional. Muito foi conseguido, mas ainda temos um longo caminho a percorrer na conquista da igualdade.

Rita Silva

Publicado no Jornal Diário Insular - IGUALDADE XXI - de 18 de Abril de 2009

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